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CP tem comboios abandonados que podiam evitar crise na ferrovia

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Alugueres a Espanha e supressões em todo o país teriam sido desnecessários se a CP utilizasse as dezenas de locomotivas e carruagens que estão encostadas nas suas instalações.

Segundo o Público, a CP tem locomotivas e carruagens encostadas nas suas instalações que poderiam ser postas ao serviço e assim evitar o aluguer de transportes a Espanha. O jornal escreve que o “caso mais flagrante” é o de 20 locomotivas Alstom que, neste momento, estão estacionadas no Entroncamento, em Santarém.

Inicialmente, o objetivo destas locomotivas seria precisamente servirem de reserva estratégica à ferroviária, no entanto, para além de nunca terem tido nenhuma manutenção, nem sequer foram ligadas de forma periódica, o que aumentou rapidamente o seu grau de obsolescência.

Em declarações ao diário, um engenheiro ferroviário, que foi diretor de material da CP na década de 90, explicou os riscos associados a esta situação. “A imobilização prolongada no exterior provoca a degradação do isolamento do equipamento elétrico, em particular dos motores de tração”.

“Na parte mecânica os principais danos estão relacionados com a corrosão devida à condensação da humidade durante os ciclos de variação da temperatura ambiente. Este fenómeno afeta também os rolamentos porque associado à imobilidade provoca a rutura da película lubrificante causando danos irreversíveis nas pistas”.

Além destas locomotivas, a CP tem também encostadas algumas dezenas de carruagens Sorefame, construídas na Amadora entre 1961 e 1975, que já circularam em todo o território nacional, sendo que algumas foram até modernizadas para integrar a frota dos atuais Intercidades.

Em 2016, escreve o jornal, a CP fez movimentar 25 destas carruagens do Entroncamento para Contumil, no Porto, com o intuito de as renovar e pô-las ao serviço nos Intercidades, mas o projeto nunca avançou (uma das razões terá sido a falta de pessoal na EMEF).

De acordo com o mesmo jornal, a empresa detém também algumas locomotivas a diesel da série 1400 que, rebocando uma ou duas carruagens, poderiam efetuar alguns serviços regionais em linhas onde constantemente estão a ser suprimidos comboios como Oeste, Alentejo e Algarve.

Porém, a CP alega que não o fez porque as carruagens não têm ar condicionado e que os custos de exploração são mais elevados porque estas locomotivas precisam de um segundo agente a acompanhar o maquinista e porque implicam custos de manobra para reverter a locomotiva nas estações terminus.

A empresa possui ainda material elétrico parqueado em Campolide e Algueirão que está em estado de semi-abandono e que, se estivesse operacional, reduziria os riscos de supressão de serviços por avaria, como já tem acontecido na linha de Sintra, lê-se no mesmo jornal.

Esta segunda-feira, os trabalhadores das bilheteiras e revisores estão em greve pela contratação de trabalhadores, mais comboios e negociação para o contrato coletivo.

ZAP //

13 Comments

  1. Não, não tem!!
    Esses comboios (que não deviam estar abandonados como estão!), não servem para usar nas linhas onde tem sido suprimidos comboios, pelo simples facto de serem locomotivas eléctricas – e as locomotivas necessárias são diesel!

    • Leu a notícia toda? “empresa detém também algumas locomotivas a diesel da série 1400” Donde existem as ditas cujas.
      Todo este artigo só mostra o grau de destruição provocado por uma administração (e antecedentes) cujos propósitos servem apenas outros interesses que não as empresas que gerem.

      • Sim, li!
        Mas, onde estão essas locomotivas da série 1400?!
        Sei que há várias 2600 eléctricas abandonadas, mas não sei onde estão essas 1400…
        De resto (“Todo este artigo só mostra o grau de destruição provocado por uma administração (e antecedentes) cujos propósitos servem apenas outros interesses que não as empresas que gerem.”), estamos completamente de acordo!

  2. Estou cá a pensar que o senhor Costa poderia dar uma mãozinha nesta solução, originário da Índia onde deve por lá haver muito comboio à beira da linha, poderia fazer uma importação baratucha!.

  3. vergonhoso!
    querem destruir patrimonio do estado para depois privatizar por meia duzia de centimos. Entretanto estamos todos a contribuir com milhoes para manter uma estrutura pesada de trabalhadores que passam o tempo a lutar pelos seus supostos direitos mas que apenas sabem prejudicar os utentes do serviço.
    Alem dos preços abismais dos passes temos de aguentar composições sem A/C, supressão de comboios e o discurso dos coitadinhos dos trabalhadores. Porque não se demitem todos em bloco? assim a empresa abanava e as coisas resolviam-se de uma vez por todas. isso sim seria zelar pelos utentes do serviço.

  4. estamos ricos, mais vale comprar novo, para quê usado, claro renovados, e davam trabalho para cá, viva o socialismo, tou farto desta geringonça, tudo em greve não há um dia: policia, enfermeiros , médicos (já é normal) etc, e eles aumentam logo os Funcionarios Publicos (votos) e os pequenos nada, aumenta as pensões 1 a 5 euros, sim porque os aumentos só beneficiam os que têm reformas altas, e depois aumenta o gasóleo e gasolina , lá vão os aumentos, os que estão lá fora(imigrantes, já fui) metade do IRS, e nós que cá estamos e sustentamos esta merda de geringonça…nada, eu estive 14 anos fora e voltei, mas fui porque tive vontade própia, e não por esmolas, etou contente de viver com o meu povo, mas estes gajos vão dár uma volta, eu quero pescar e não que pescam para mim.

  5. Quando as administrações são preenchidas por “amigos dos amigos” que nada percebem de administrar o que quer que seja, os resultados não nos podem surpreender…

  6. Portugal produzia comboios quer para dentro quer para fora numa coisa chamada de Sorefame a Alemanha pela Bombardier, comprou a sorefame para acabar com ela acho que a senhora Merkel deveria chegar na frente e encostar a barriga ao balcão (afastem é o Ronaldo quando isso acontecer)

  7. Existe muito material qie poderia e deveria ser recuperado.
    As empresas produziam. Haveria mais comboios a circular no nosso país.
    Aproveite-se o que é nosso.
    Aproveito para pedir o regresso das viagens diretas se comboio entre o Porto e o Algarve, atravessando pela ponte de Setil.
    Acreditem que haveria passageiros suficientes para este serviço ser rentável.

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