Os efeitos da COVID-19 chegaram à Lua

Inatividade humana nos primeiros meses de confinamento provocou um arrefecimento “anómalo” da Lua, revela novo estudo.

Março de 2020: o mês em que a Terra parou.

A pandemia de COVID-19 teve muitos efeitos, mas um dos mais imediatos foi a drástica redução da atividade humana no planeta, logo no arranque da década. Agora, investigadores do Laboratório de Investigação Física em Ahmedabad, na Índia, levam o impacto dessa redução até … à Lua.

Fechados em casa, nós, humanos, provocámos um grande arrefecimento da Lua, segundo o estudo publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters a 18 de setembro.

Radiação, a principal suspeita

Os cientistas analisaram dados de seis locais de observação no lado próximo da Lua e notaram uma “descida anómala” das temperaturas noturnas da superfície lunar, durante os primeiros meses da pandemia.

Os investigadores acreditam que esta queda de temperatura se deveu à redução da radiação proveniente da Terra, uma consequência do declínio repentino e em massa das atividades humanas durante o confinamento global. Com menos poluição e calor emitidos pela Terra, a superfície da Lua recebeu menos radiação durante a noite, causando este efeito de arrefecimento.

“O nosso estudo indica que a Lua possivelmente sentiu o impacto do confinamento devido à COVID-19, como se pode ver pela diminuição anómala das temperaturas noturnas da superfície”, concluíram os investigadores.

A Lua, que absorve principalmente a radiação do Sol durante o dia, depende da radiação da Terra para manter a temperatura da sua superfície durante a noite.

Os cientistas já tinham estabelecido, em estudo de 2017, uma ligação entre a emissão de radiação da Terra e as temperaturas lunares. No entanto, a quarentena global consequente da pandemia da COVID-19 proporcionou uma “oportunidade rara e única” para observar este fenómeno e realizar este estudo.

Segundo o Futurism, os autores sublinham ainda que a descoberta sugere que a Lua poderia servir como um campo de testes ideal para futuros estudos sobre alterações climáticas.

Tomás Guimarães, ZAP //

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