Portugueses acham que Costa será ilibado (mas com regresso à política em xeque)

Mais de 70% dos portugueses acredita que será ilibado, revela nova sondagem. Muitos veem possíveis cargos em órgãos europeus para o primeiro-ministro em gestão.

Mais de 70% dos portugueses acredita na ilibação do primeiro-ministro demissionário no processo da Operação Influencer, mas a confiança no seu regresso à política é um terreno mais incerto.

Segundo nova sondagem da Intercampus para o CM, a CMTV e Jornal de Negócios, a maioria dos inquiridos (70,2%) acredita que António Costa será ilibado — apenas 13,1% tem certezas de que é culpado e não escapará a condenação, e 16,2% estão indecisos.

Questionados sobre um eventual regresso à vida política, 43,4% consideram que Costa deve prosseguir a sua carreira política — num cenário em que as respostas apontam para cargos externos como o Parlamento Europeu ou o Conselho Europeu — enquanto 42,9% indicam que não o deveria fazer.

O balanço de oito anos de governo de Costa é equilibrado entre positivo (41,7%) e negativo (43,7%), com destaque do lado negativo para a saúde e habitação e do positivo para a gestão da dívida pública.

Consequência direta da menção do seu nome em investigações do Ministério Público, a demissão de Costa deu origem a uma crise política nacional em novembro.

Em relação a um eventual regresso a cargos políticos, o ex-secretário-geral do PS reiterou, na Alemanha a 20 de novembro, que está de “consciência absolutamente tranquila”, mas que não está disponível para “exercer cargos públicos”, nem a nível europeu, “enquanto não estiver esclarecido” o inquérito de que é alvo.

“A política não é uma carreira, é uma atividade cívica, que se exerce das mais variadas formas. Aquilo que eu disse é sentir-me de consciência absolutamente tranquila, nada me pesando na minha consciência. Entendo que a função que eu exercia, enquanto primeiro-ministro, não é compatível com a existência de um juízo de suspeição”, declarou.

Por enquanto, não há suspeitas concretas contra Costa – mas pairam no ar dúvidas quanto ao seu papel num caso que envolve crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influências.