//

Costa defende ordenados da Caixa (e não se queixa do seu)

12

António Cotrim / Lusa

O primeiro-ministro defendeu que os vencimentos dos administradores da CGD devem estar alinhados com os praticados na banca, alegando que a instituição concorre no mercado e exige gestão profissional.

António Costa falava no final de uma sessão de esclarecimento promovida pelo PS sobre o Orçamento do Estado para 2017, no Teatro São Luiz, em Lisboa, depois de uma senhora ter protestado com “o escândalo” dos elevados ordenados pagos aos administradores da CGD.

Esta terça-feira, o ministro das Finanças anunciou que o novo presidente do Conselho de Administração vai ganhar 423 mil euros e os vogais executivos vão auferir 337 mil euros por ano.

“A CGD concorre no mercado com todos os outros bancos e tem de trabalhar no mercado como trabalham os outros bancos – e não é possível que a administração da Caixa tenha ordenados alinhados pelo vencimento do primeiro-ministro e não pelo vencimento que é normal no quadro da banca. Infelizmente para o primeiro-ministro, o ordenado do primeiro-ministro é muito inferior ao ordenado que existe na banca, mas não me queixo, porque escolhi estar aqui”, declarou.

Na resposta à pergunta, o primeiro-ministro admitiu que a sua posição sobre esta matéria até pode ser impopular.

“Se queremos uma CGD profissionalmente gerida, com capacidade técnica e independência, para que não sofra pressões do acionista, temos de oferecer aos gestores da CGD as mesmas condições que têm os gestores dos outros bancos. Caso contrário, estamos a ter um banco, um banco que é nosso, que é de todos nós, a concorrer em condições no mercado inferiores aos outros bancos“, alegou o primeiro-ministro.

Mas o líder do executivo foi ainda mais longe na defesa da sua posição, dizendo que não arrisca “a má gestão na CGD, porque a estabilidade e o fortalecimento da Caixa dão muito trabalho a conseguir e são absolutamente essenciais para todos”.

“Por isso, o que quero é uma gestão capaz, competente e funcional”, completou, recebendo uma salva de palmas por parte dos militantes socialistas.

Partidos de esquerda estão contra

BE, PCP e PEV já se mostraram contra os “salários milionários” da nova administração da Caixa Geral de Depósitos.

“O salário milionário dos administradores é pura e simplesmente inaceitável. Não vamos discutir, como a direita, se deve ser quatro ou cinco vezes o salário do primeiro-ministro. A Assembleia da República será confrontada novamente com esse tema. Para o BE, este não é assunto encerrado“, prometeu a líder bloquista, Catarina Martins.

Por sua vez, o secretário-geral comunista, Jerónimo de Sousa, recordou que a proposta de limitar os “salários e privilégios” dos gestores públicos ao nível do salário do chefe do executivo foi chumbada em sede de comissão parlamentar com os votos contra de PS e PSD, “permitindo assim um farto aumento”.

Marcelo Rebelo de Sousa deixa aviso

O Presidente da República afirmou que “não é possível nem desejável” pagar aos administradores de um banco com fundos públicos o mesmo valor que aos administradores de um banco privado.

“Se há fundos públicos, não é possível nem desejável pagar o que se pagaria se fosse um banco privado sem fundos públicos“, disse Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas em Braga.

Marcelo Rebelo de Sousa remeteu para a posição que assumiu em junho, quando promulgou um diploma sobre o estatuto do gestor público.

O Presidente disse que antes da promulgação já havia a prática de gestores públicos poderem ter vencimentos acima do primeiro-ministro, mas sublinhou que, na altura, chamou a atenção para o facto de o Governo dever “estar muito atento” ao valor que fosse fixado e obrigar a que esses valores fossem acompanhados de resultados.

“Devia atender ao resultado da gestão, para não ficar a sensação de que havia valores muito elevados não acompanhados de resultados positivos”, acrescentou.

Disse ainda que, aquando da promulgação, também lembrava que bancos privados tinham cortado os vencimentos dos administradores até 50%, quando receberam dinheiros públicos.

“Num banco onde há dinheiro público, tem de haver esse tipo de prática que houve nos bancos privados. (…) É essa a minha posição de princípio, não mudo de ideia”, rematou.

ZAP / Lusa

12 Comments

  1. Estes politicos + a conversa da TRETA. O que os administradores da CGD tem feito ao longo de décadas é precisamente levar este banco á miséria. È um banco p/ “Job for the BOYS” mais nada, a ganhar ordenados principescos p/ nada fazerem, antes pelo contrario. Para far o que les fazem mais vale dar oportunidade a quem não tem grande experiencia nem manhas e afins, certamente que faria muito melhor. Talvez até conseguisse que esta empresa não de prejuízos, também poderá / estes salários principescos qualquer empresa dá prejuízos…
    Mais sr. 1º M – não sou aumentada á 16 anos!!!

  2. Estes gestores de topo que arruínam cada dia que passa o país, Costa tens de defender ordenados milionários para não te mexerem no teu, diz-me tu o que é que fazem tantos deputados? (recebem ordenados milionários). Pode ser que quando os pretugueses acordarem seja tarde. Força Pretogal!!

  3. Como é que se pode aceitar esta posição de Costa? A ética submetida à “real politic”…
    Convenhamos que esta justificação vinda da direita reacionária, liberal e capitalista até seria de esperar.
    Agora, de um democrata, socialista e defensor do combate aos privilégios e às desigualdades sociais? Dá que pensar!

  4. Critiquem agora o Passos Coelho, agora que o Costa fez pior… critiquem…
    ao menos o outro não mentia… Este mente, xula-nos e ainda oferece salarios milionários aos boys… Força Costa, força nisso, rumo ao 4º resgate.

    • Tem razão, mas também não dá para perceber como por um lado os PSD criticam a situação e por outro chumbam a lei ao lado do PS, afinal de que lado estão?

    • Agora acredito que há mesmo gente distraída. Como é que é possivel dizer que “o outro não mentia”, reportando-se a Passos Coelho.
      Se eu tivesse na disposição de perder tempo consigo, daria aqui uma mão cheia de exemplos de como Passos Coelho foi o primeiro ministro mais mentiroso de que há memoria. Não cumpriu absolutamente nada como ainda teve o descaramento de, passado o dia das eleições em que subiu ao poder, desdizer boa parte do que prometeu. Francamente, ele há cada um…!

  5. Que 1º Ministro é este?
    Devia ter vergonha, o que afirma sobre os “baixos salários” atribuídos as gestores de um banco publico…..
    Como no P.S. infelizmente são quase todos iguais, repito são quase todos iguais, bem este “tipo” armado em rico, castigar os mais necessitados.
    É uma autentica afronta a todo povo português!
    Este tipo, e a sua seita, não passam de um rol de oportunistas!!!!
    Barriga de pobre, mas com barriga de rico…..Este P.S. assim como o de Sócrates vão por-nos novamente a pedir.
    Razão plena tem S.ªExª o sr. Presidente da Republica.
    Cambada…..agora começo a verificar que ele não tem espaço de manobra relativamente aos mais poderosos.
    As coisas estão por dias……..seu palerma!!!!!
    Como faz pouco da minha idoneidade intelectual, tenho o direito de lhe chamar palerma….para que conste!!!

  6. O “alinhamento dos vencimentos com os da banca”, banca essa que consecutivamente tem sido arruinada e que todos vamos suportando à custa do nosso trabalho e da exploração. Pagamos e calamos! Onde está a moral tão falada pela Sra Catarina? Onde estão as Mortágua? Gerónimo porque continuas mudo? É mais importante sempre ter um tachito do que não ter nada? Será isso? Digam-me como é que explica a um jovem que é preciso ter esperança no futuro, quando alguém está sentado numa cadeira espetacular, num gabinete fabuloso, com todas as mordomias e despesas de representação asseguradas, recebe cerca de 450000€ por ano, qualquer coisa como 1700€ por dia pago pelos impostos de todos nós, que se limita a assinar uns tantos papéis que já foram validados, certificados e carimbados por uma quantidade de secretários e diretores de serviço (esses ganham cerca de 1500 a 2000€ por mês). Falta dizer que quando a coisa corre mal esse chefão não tem responsabilidade nenhuma e os tais que validaram as coisas é poderão ser despedidos e acusados de crime, fraude, etc..
    Basta lembrar o Sr. Armando Vara, sim o tal dos robalos de Vinhais, o que lhe aconteceu? Também foi administrador da CGD. Esse energúmeno, nem a fila de espera num centro de saúde soube respeitar.
    BOICOTE-SE A CGD.

  7. Nao me importo com quanto estes sr. ganham.Importo me com que eles nao me esfolam, ajudam pais andar para frente, ajudam industria ,ajudam pequenas e as outras empresas seguir,dar emprego as pessoas, etc. Problema serio, que função, de um banco já foi esquecido. E outra ,mais importante ainda – responsabilidade perante clientes!!!! Palavra chave- responsabilidade. Lembrem sr .Zeinal Bava, que foi “melhor fdp na historia de PT” (filho da pai se alguém penso outra coisa) Acho que este sr. acaba de mesma maneira , sem dar grande tributo para CGD e para pais que representa. Enfim mundo que temos, (culpa e nossa , somos inertes, e melhor coisa que podemos fazer, escrever uns comentários inúteis)

  8. Caros senhores de direita, vamos lá ver se nos entendemos. Sendo fervorosos adeptos do privado, parecem não saber que na privada se praticam os salários que bem se entendem, por isso temos o administrador do Santander a ganhar 540 mil € por ano, o do BPI a ganhar quase 500 mil e por aí fora. Argumento de que a CGD é publica não aceito. Este administrador foi para a CGD auferir um vencimento em linha com o mercado bancário, e tem mesmo de ser assim. Alguém acredita que ele, ganhando 400 mil no BPI ia pra CGD ganhar 200 mil? Só se o homem fosse estupido. Deixem-se de hipocrisias e invejas bacocas, toda a gente, quando muda de trabalho, aspira ganhar mais e é perfeitamente legitimo que assim seja. É a Lei de mercado a funcionar e que impera (e bem). Onde está a duvida?
    Ver aqui gente que critica que o Estado esteja a funcionar numa lógica de mercado, como neste caso, ao mesmo tempo que se identificam com a direita do neoliberalismo selvagem, que defende ideológicamente, um mercado aberto e quase selvagem (no “quase” até estou a ser generoso) onde vale tudo, é cómico. Por aqui se vê que muito boa gente critica por criticar, pois o que conta mesmo para eles é côr política.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.