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Corpo encontrado na baía pertence à jornalista sueca desaparecida

(dr) International Women's Media Foundation

A jornalista sueca Kim Wall

O torso encontrado, esta terça-feira, na baía de Copenhaga, na Dinamarca, corresponde ao corpo da jornalista sueca desaparecida, confirmou esta quarta-feira a polícia dinamarquesa.

O ADN do torso encontrado ontem corresponde com as amostras recolhidas pela polícia à escova de cabelo e de dentes da jornalista Kim Wall, desaparecida misteriosamente desde o passado dia 10 de agosto.

O responsável pela investigação, Jens Moller Jensen, afirmou hoje à imprensa, citado pela BBC, que o corpo trazia consigo pedaços de metal, naquilo que parece ser uma clara tentativa para que parasse de flutuar.

O torso, sem cabeça, braços ou pernas, foi encontrado na água por um ciclista. No interior do submarino também já tinha sido descoberto sangue que correspondia com o da repórter sueca.

Jensen disse aos jornalistas que não vai comentar a causa da morte de Wall mas que as investigações forenses continuam e que a polícia está à procura do resto do corpo.

O desaparecimento da jornalista foi registado às 02h30 pelo namorado, que não conseguia entrar em contacto com ela. A jornalista, de 30 anos, tinha marcado uma curta viagem a bordo do submarino de Peter Madsen, sobre o qual estava a escrever um artigo. Muitas horas mais tarde, não atendia o telemóvel e encontrava-se em local desconhecido.

O milionário dinamarquês, acusado de homicídio involuntário, contou inicialmente à polícia que, após a curta viagem a bordo do submarino, deixou a jornalista em terra firme, junto ao local onde horas antes se tinham encontrado.

Mais tarde, o homem de 46 anos deu uma versão diferente, dizendo que a jornalista teria morrido num acidente a bordo do submarino, e que teria atirado o seu corpo à água na baía de Køge, a sul de Copenhaga.

O submarino afundou-se no dia seguinte, às 11h00, altura em que Madsen foi resgatado da água. Antes disso, a embarcação tinha sido avistada submersa, junto à fronteira com a Suécia. A polícia dinamarquesa acredita que o submarino foi deliberadamente afundado.

A advogada do inventor, Betina Hald Engmark, declarou hoje que o seu cliente mantém a versão de que “houve um acidente” a bordo do submarino artesanal, que levou à morte da jornalista e que “enterrou-a no mar”.

Kim Wall era uma jornalista independente, baseada em Nova York e Pequim. Entre outros meios, escrevia para jornais como o New York Times, The Guardian e South China Morning Post e para a revista Vice.

Madsen é conhecido pelos seus projetos de submarinos e por ser o cofundador da empresa Copenhagen Suborbitals, criada em 2008 para lançar para o espaço monolugares tripulados e que fez descolar com êxito foguetões experimentais sem pessoas a bordo.

ZAP // Lusa

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