O parlamento da Coreia do Sul aprovou, esta sexta-feira, a destituição do presidente interino. É o segundo a cair num espaço de 13 dias.
Os deputados sul-coreanos votaram esta sexta-feira a destituição do presidente interino, Han Duck-soo, acusando-o de ter “participado ativamente na insurreição” após a tentativa falhada do antecessor de introduzir a lei marcial, a 3 de dezembro.
Todos os deputados votaram a favor da queda do presidente interino, que é também o primeiro-ministro do país.
“Dos 192 deputados que votaram, 192 votaram a favor da destituição”, declarou o presidente da Assembleia Nacional, Woo Won-shik, segundo a agência francesa AFP.
Han sucedeu interinamente a Yoon Suk-yeol, cuja destituição pelo parlamento por ter declarado a lei marcial terá ainda de ser julgada pelo Tribunal Constitucional da Coreia do Sul.
No início do mês Yoon Suk Yeol declarou uma lei marcial de emergência, para afastar as forças pró-Coreia do Norte do país e para proteger a ordem constitucional liberal.
“Declaro a lei marcial para proteger a República livre da Coreia da ameaça das forças comunistas norte-coreanas, para erradicar as desprezíveis forças anti-estatais pró-norte-coreanas que estão a saquear a liberdade e a felicidade do nosso povo e para proteger a ordem constitucional livre”, declarou.
A lei marcial é um regime temporário decretado pelas autoridades militares num momento de emergência, quando as autoridades civis são consideradas incapazes de funcionar. Teoricamente, é uma medida temporária, mas tem implicações nas liberdades civis.
A lei marcial prende-se com a suspensão da lei civil, restringindo direitos de cidadãos e dando mais poder às Forças Armadas, para que estas possam garantir a segurança e fazer frente a um agressor.
Mas a lei durou apenas seis horas. Yoon foi forçado a suspendê-la.
Foi a primeira vez desde 1980 que a lei marcial é declarada na Coreia do Sul, década em que o governo país se tornou democrático.
Nos dias seguintes, milhares saíram às ruas na Coreia para exigir a demissão de Yoon Suk Yeol, que acabou por acontecer no dia 14.
🇰🇷 Update:
🔴 Thousands of people in South Korea are protesting, calling for President Yoon to step down.
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— TrueWorldLens (@masum648) December 7, 2024
ZAP // Lusa