KCNA / YONHAP
A Coreia do Norte pediu aos seus cidadãos que não leiam panfletos de propaganda enviados através de balões do Sul, alegando que a covid-19 poderia entrar no país através das gotículas.
De acordo com a agência de notícias Yonhap, o jornal estatal Rodong Sinmun exortou as pessoas a ficarem longe dos folhetos e pediu-lhes que “pensassem e se movessem” em linha com as diretrizes da covid-19.
“Mesmo quando nos deparamos com um objeto estranho a voar ao vento, devemos considerá-lo como uma possível rota de transmissão do vírus malicioso em vez de um fenómeno natural”, lê-se, de acordo com o jornal britânico The Independent.
A emissão de panfletos de propaganda e balões a voar da Coreia do Sul tem sido um problema de longa data. O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, classificou-o como um passo de provocação – e até ameaçou retaliar.
Esta quinta-feira, a polícia sul-coreana fez buscas no escritório de Park Sang-hak, um ativista e um conhecido desertor norte-coreano, que disse ter distribuído centenas de milhares de panfletos de propaganda para a Coreia do Norte num balão.
De acordo com a Polícia Metropolitana de Seul, as buscas no escritório do ativista em Seul estava relacionada com o anúncio de que o seu grupo lançou balões com 500 mil folhetos, cinco mil notas de um dólar e 500 livretes sobre o desenvolvimento económico da Coreia do Sul através da fronteira na semana passada.
Sang-hak fez os balões flutuarem apesar de uma nova lei contenciosa que proíbe folhetos, drives USB ou dinheiro a voar para a Coreia do Norte. A violação da nova lei pode fazer com que os perpetradores arrisquem até três anos de prisão.
O ativista é a primeira pessoa a ser investigada desde que a nova lei entrou em vigor.
“Mesmo que apanhemos três anos de prisão ou mesmo 30 anos de prisão, continuaremos a enviar panfletos anti-Norte para que os nossos compatriotas esfarrapados e famintos na Coreia do Norte saibam a verdade” sobre o governo autoritário, afirmou o ativista.
Após os balões serem enviados pela fronteira, no domingo, Kim Yo Jong, irmã de Kim Jong-un, disse que desertores norte-coreanos na Coreia do Sul recentemente “espalharam panfletos contra” o Norte.
Esta declaração é motivo de preocupação para as autoridades da Coreia do Sul. No ano passado, a Coreia do Norte fez explodir um escritório de ligação intercoreano vazio no seu território depois de reagir furiosamente a panfletos de propaganda semelhantes enviados à Coreia do Norte.
