Contrariando as recomendações da DGS, hospitais São João e Santa Maria mantêm áreas dedicadas à covid-19

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Manuel Fernando Araújo / Lusa

Hospital de Campanha no São João, Porto

Responsáveis divergem nas opiniões relativas às orientações da DGS, com alguns a elogiarem a flexibilidade que é dada às instituições.

Os hospitais de São João, no Porto, e de Santa Maria, em Lisboa, vão manter as áreas dedicadas a doentes respiratórios, apesar das diretrizes emitidas pela Direção-Geral da Saúde determinarem a desativação destes espaços a partir da meia-noite do último sábado.

Na atualização da norma, referente à “abordagem das pessoas com suspeita ou confirmação de covid-19”, o organismo aconselhou “a cessação de unidades covid-19 free e do conceito infraestruturas de Áreas Dedicadas a Doentes com Infeção Respiratório Aguda (ADR)” que foram criadas para dar resposta à pandemia.

No que respeita ao Centro Hospitalar Universitário de São João (Porto), os responsáveis concluíram que não seria a melhor opção. “É uma medida cautelar. Do ponto de vista clínico faz sentido manter áreas separadas durante mais duas ou três semanas, até porque, provavelmente, ainda vamos ter um crescimento de casos [de covid-19] a seguir à Queima das Fitas“, adiantou Tiago Guimarães, diretor do serviço de patologia clínica do São João, citado pelo Público.

Esta estratégia já tinha sido avançada por Nelson Pereira, diretor da Unidade Autónoma de Gestão de Urgência e Medicina Intensiva do hospital, que questionou “a precipitação, a rapidez e o momento” em que foram anunciadas as alterações de organização, tendo em conta que o número de doentes com covid-19 e outras doenças respiratórias que chegam aos hospitais ainda é elevado — com as infeções também a subirem.

À RTP, Nelson Pereira justificou a decisão também com a segurança dos doentes. “O Hospital de São João tem uma estrutura física que não é muito moderna e nós internamos os doentes onde houver vagas. Portanto, essa gestão diária e permanente para garantir que não há doentes internados na urgência exige uma flexibilidade do lado das enfermarias que não se compadece com ter doentes covid espalhados por todos os serviços.”

Luís Pinheiro, diretor clínico do hospital de Santa Maria, explicou que a área dedicada mantém-se nas urgências, apesar de mudanças nas enfermarias.

“Temos muitos doentes que são positivos para a infeção SARS-CoV-2, não têm doença Covid, mas estão internados nestas zonas Covid porque são positivos. Esta norma dá-nos a latitude para que estes doentes possam estar internados em espaços devidamente separados, mas nas enfermaria ditas não Covid — assistidos pelas equipas médicas e restantes profissionais de saúde das áreas especificas de patologia que eles têm e não da positividade para a SARS-CoV-2 com beneficio clínico”, disse ao Observador.

No entanto, assegura, as estruturas das urgências permanece mais ou menos na mesma. “Há algumas coisas que vão começar já a mudar, outras que para já se vão manter”, afirmou o clínico, que antecipa mudanças no Inverno. “É natural que no Inverno precisemos de mais camas direcionadas para o internamento de doentes com patologia respiratória infecciosa aguda, incluindo os doentes com doença Covid”.

ZAP //

2 Comments

  1. Esse grande negócio internacional chamado Covid-19 é quem dita as regras do jogo. Na verdade a gripe passou a chamar-se Covid e foi promovida a pandemia para satisfazer os grandes interesses instalados.

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