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Clea: cápsula dos duches do futuro foi criada por alunos portugueses

Clea/Instagram

A cápsula Clea, inventada por estudantes portugueses do ensino secundário.

Alternativa ao gel de banho, sem plásticos, nasceu na Escola Secundária da Maia, com a ajuda da FEUP. Quatro jovens estudantes querem fazer chegar a ideia a champôs, amaciadores e cremes.

Um inovador projeto de quatro estudantes da Escola Secundária da Maia foi, entre milhares de candidaturas vindas de todo o mundo, o único português a receber uma bolsa Slingshot da National Geographic Society este ano.

A criação dos jovens maiatos? Clea, uma alternativa biodegradável, em forma de cápsula, ao tradicional gel de banho.

Clea consiste em cápsulas biodegradáveis e hidrossolúveis de gel de banho de dose única, que se dissolvem diretamente no duche, sem qualquer plástico em equação.

Usar a cápsula de forma mais simples parece impossível: é só pegar numa das ‘bolinhas’, adicionar água, ensaboar e enxaguar como de costume, mas agora de forma muito mais amiga do ambiente e da pele.

Clea/Instagram

Os quatro estudantes maiatos responsáveis pelo Projeto Clea.

Isabel Oliveira, Maria Toga, Vasco Cardoso e Nuno Aroso têm entre 17 e 18 anos e são os criadores do projeto, movidos pela preocupação ambiental e conscientes da produção de cerca de 120 mil milhões de embalagens de gel de banho por ano.

“Existem ainda várias embalagens pequeninas dos hotéis e as amostras das farmácias, e tudo isso é mais plástico do que o gel propriamente dito. Ou seja, não havendo soluções e alternativas sustentáveis, as pessoas são obrigadas a usar o tradicional. Era mesmo urgente encontrar uma solução nesta área”, diz Isabel à National Geographic.

“Já existe um gel de banho sólido, e muita gente não o usa porque não gosta da textura. O interior das nossas cápsulas é líquido, ou seja, aproxima-se mais do que os clientes já estão habituados a usar”, aponta Nuno. O mesmo se aplica às folhas biodegradáveis, também com presença no mercado, lembra o grupo.

O projeto nasceu de uma iniciativa da escola que valoriza a criatividade e o desenvolvimento de ideias nas disciplinas opcionais, como Química, Biologia e Física.

Depois de várias tentativas com diversos materiais, a solução química que deu origem à cápsula do futuro foi o alginato de sódio — uma substância extraída de algas marinhas já muito usada na medicina — e o cloreto de cálcio.

A colaboração com duas investigadoras do departamento de engenharia química da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) aperfeiçoou a formulação e o processo de encapsulamento.

O protótipo, inicialmente desenvolvido com gel de banho da marca Bioderma, foi escolhido pela sua reputação em práticas sustentáveis.

Não é a primeira vez, no entanto, que o projeto Clea é distinguido: já colecionou várias distinções em concursos e eventos científicos e de empreendedorismo juvenil, como o Junior Market de “A Empresa”, o “Hands on Science”, e a “Mostra de Jovens Empreendedores”, aponta a revista.

Agora, os estudantes pretendem registar a patente e a marca, e fazer chegar a ideia para outros produtos cosméticos como champôs, amaciadores e cremes. A estratégia passa por vender a cápsula a marcas já estabelecidas no mercado.

Tomás Guimarães, ZAP //

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