Pedro Frazão, o deputado do Chega que não sabe que 1,2 é mais do que 1

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Miguel A. Lopes / LUSA

Manuel Pizarro, ministro da Saúde, no debate na especialidade do OE 2024

“Tem muitas dificuldades com os números. Mas, palavra de honra, isto é aritmética simples”, atirou o ministro da Saúde. Depende das contas.

Na terça-feira passada decorreu um debate que passou para segundo – ou vigésimo – plano na política nacional.

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, conversou com os deputados no Parlamento, no âmbito da Comissão de Orçamento e Finanças.

Seria mais um debate na especialidade à volta do Orçamento de Estado. Mas não foi “mais um”.

O conteúdo do debate passou a ser menos relevante porque, uma hora antes, António Costa anunciou a sua demissão.

Mesmo assim, houve momentos curiosos entre o ministro da Saúde e um deputado do Chega, Pedro Frazão.

É fazer as contas

O deputado começou por ser interrompido pelo presidente da Comissão, Filipe Neto Brandão. Falou em “decapitação judicial” e disse que a Justiça vai acusar António Costa, que será “putativamente suspeito” de corrupção. “O sistema judicial não anunciou que ia acusar ninguém”, esclareceu Filipe Neto Brandão.

Pedro Frazão considerou que este debate iria ser inútil. Mas o debate continuou porque “vale sempre a pena porque a alma não é pequena”, introduziu.

Começou por questionar o reforço orçamental para a Saúde, o aumento previsto para o próximo ano comparando com 2023: “É o segundo menor aumento e não tinha um peso tão baixo desde 2020”.

“É um reforço de 800 milhões de euros em vez de 1.200 milhões euros”, concluiu o deputado, falando em “truque orçamental” e “mentira fiscal”.

Depois, começaram as confusões com as contas.

“Foi anunciado como um valor alto mas verificamos que (um aumento de) 1.200 milhões de euros é menor do que 1.000 milhões de euros, que foi o Orçamento (anunciado) em 2022, e menor do que os 1.300 millhões de euros em 2021. Está abaixo dos anos anteriores”, considerou o deputado do Chega, algo confuso com a comparação com o Orçamento do Estado anterior.

Ministro da Saúde: “Recomendo-lhe uma leitura mais atenta do quadro que mostra que a dotação do Orçamento do Estado para a Saúde passou de 12.300 milhões de euros para 13.500 milhões de euros. Daí a tal subida de 1.200 milhões de euros, ou de 9,9%.”.

Pizarro admitiu que o peso da Saúde no Orçamento do Estado para o próximo ano reduz 0,1% em relação a este ano porque tinha havido despesas especiais por causa da pandemia. Mas os 13,4% do bolo total são maiores do que 13,1% em 2022 e do que os 12,2% em 2021.

A resposta de Pedro Frazão: “Obrigado por confirmar que o peso do Orçamento da Saúde no Orçamento do Estado diminuiu. De facto, era isso que queríamos que confirmasse. A verdade vem sempre ao de cima”.

Manuel Pizarro reagiu: “Vamos lá ver: em 2015 o Orçamento da Saúde representava 11,4% das despesas de administrações públicas; em 2023 representa 13,4%. Eu sei que o senhor deputado Pedro Frazão tem muitas dificuldades com os números. Aliás, isso tem ficado aqui evidenciado. Mas isto, palavra de honra, é aritmética simples: 13,4% é mais do que 11,4%. Não sei se está a ver. Não há aprendizagem no ensino primário que o tenha impedido de obter essa informação”.

Estas divergências nos números têm uma origem: o peso da Saúde no Orçamento desceu em relação a 2023; subiu em relação a todos os anos anteriores até 2015 – último ano do Governo de Pedro Passos Coelho.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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9 Comments

  1. Já nada me admira na ignorância das figuras ditas de proa do chega.
    O sr. ventura também desconhece qual a diferença entre aceitar a demissão do Sr. Primeiro Ministro e exonerar o Primeiro Ministro. É a mesma coisa que no chega o sr. não ter a coragem de se demitir e os seus capangas não terem a coragem de correrem consigo, isso sim , seria a sua exoneração.

  2. Realmente o Ventura está rodeado de gente muito competente. Isto se não fosse triste, daria vontade de rir. E querem estes gajos ser governo? Valha-nos Deus, era o que faltava.

  3. Considerando o valor médio de inteligência dos portugueses, eu diria que para pertencer ao Chega ou votar neles é necessário ter um Q.I. inferior em cerca de 13,4%..
    Claro que vão haver muitos apoiantes do dito que vão achar que eu estou a elogiar.

  4. Considerando a inteligência média de um português, eu diria que seria necessário ter uma inteligência 13,4% inferior
    para ser apoiante do chega, digo isto sem problemas pois acho que a maioria deles pensam que estão a ser elogiados.

  5. Estes números não tiveram em consideração a inflação e o caos em que está o SNS! Estamos a comprar um período de juros negativos com um período de inflação galopante? Os números terão de serem lidos de acordo com as circunstâncias!
    E todos sabemos como vai o SNS! É pouco, muito pouco! E o papão é o Chega, claro… Dah

  6. O Chega é um partido de um homem só. Se ele cai, cai tudo. Analisandos o s candidatos do chega nas últimas eleições acho que o país ficou chocado com a qualidade.

  7. Eu só pergunto se, por ventura, haverá gente com QI, que chegue, para ocupar tanto lugar?! Que parlamento será o próximo? O ministro da educação, por se sentar perto deles, disse ontem que era uma vergonha a forma como se dirigiam e se referiam a outros deputados. Pode ser que caiam ,não de maduros, mas por falta de maturidade!!

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