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Relatório revela contaminação de água para consumo na Terceira

Um relatório americano revela a presença de excesso de dioxinas, amónia, ácido fosfónico, cobre, ácido acético, chumbo, naftaleno (um hidrocarboneto), trialometano, bem como dos herbicidas glifosato, diquat e endotal, e dos pesticidas hidroxicarbofurano e metiocarbe na água para consumo humano.

O Expresso, que teve acesso ao relatório americano “Drinking Water Quality Report 2015”, revela que a água para consumo humano no concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira dos Açores, está contaminada.

As diferenças mais acentuadas são vistas nas dioxina, que têm 260 mil vezes mais do que o permitido pela legislação dos EUA, seguidas pelo diquat, com 100 vezes mais, o glisofato e endotal, com 50 vezes mais, o trialometano, com 40 vezes mais, e o metiocarbe, com 30 vezes mais.

Há já vários anos que, tanto a população e os trabalhadores civis, como os militares norte-americanos que ali estão estacionados são aconselhados, verbalmente, a beber apenas água engarrafada.

Só entre julho de 2017 e março de 2018, os militares e trabalhadores da Força Aérea Portuguesa, com base nas Lajes, receberam 84 emails internos a avisar, alternadamente que a água se encontrava boa ou imprópria para consumo. Em nenhum dos emails foi explicada a razão.

As revelações do relatório surgem na véspera do debate em Assembleia da República das propostas do PS, PSD, CDS-PP, Bloco e Os Verdes para resolver o problema da contaminação.

Entretanto, o Governo Regional dos Açores enviou ao Parlamento pareceres sobre estas propostas, que vão ser debatidas em plenário amanhã, sexta-feira, conta o jornal.

Ao contrário do que foi sugerido no último estudo do LNEC, que dizia não ser necessário descontaminar todos os terrenos que hoje não têm utilização, Vasco Cordeiro, socialista que preside ao Governo Regional dos Açores, quer “uma ação global sobre a totalidade dos locais identificados como contaminados ou potencialmente contaminados que permitirá resolver, satisfatoriamente, a matéria da descontaminação da ilha Terceira”.

O Governo defende também que os encargos devem caber, em primeiro lugar, “ao poluidor – os EUA – cabendo, em consequência, ao Estado português garantir não apenas a execução das mesmas, mas o custeio respetivo”.

ZAP //

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