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“Parece um ato de propaganda”. Construção da ala pediátrica do hospital São João no Porto arranca a 5 dias das eleições

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José Coelho / Lusa

A obra de construção da ala pediátrica do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, arrancou esta terça-feira com a instalação do estaleiro e deverá estar concluída em 18 meses, anunciou aquela unidade de saúde.

Congratulando-se com o começo da empreitada, o hospital refere estar a cumprir os prazos previstos e divulgados publicamente. “Trata-se de um momento crucial no percurso do Centro Hospitalar Universitário de São João que dará uma resposta de qualidade às crianças e jovens da região Norte”, salienta.

A ala pediátrica, que ficará integrada no edifício principal, terá cinco pisos e mais dois subterrâneos e capacidade para 98 camas. O novo espaço acolherá várias especialidades, incluindo a pediatria, neonatologia, medicina intensiva pediátrica, oncologia pediátrica, cardiologia pediátrica, cirurgia pediátrica e a primeira unidade de queimados pediátricos do Norte.

Ao jornal Expresso, o líder da APOHST – Associação Pediátrica Oncológica do São João, Jorge Pires, disse a luta dos pais, iniciada há ano e meio, para que as crianças internadas fossem retiradas de contentores sem condições “valeu a pena”, apesar de repisar que “peca por tardio” o arranque da construção, anunciado em finais de agosto pela ministra Marta Temido.

“Os pais das crianças estão contentes, embora não se perceba a razão pela qual a construção só se inicie agora, quando já foi anunciado há meses que havia dinheiro para a construção, autorização do Governo para adjudicar a empreitada por ajuste direto e escolha da empresa vencedora por parte da administração do São João”, lembra Jorge Pires.

Embora frise que o mais relevante para os pacientes e familiares é que agora se cumpra o prazo de ano e meio para finalizar o prometido e “tão aguardado” centro pediátrico, o porta-voz dos pais comenta que não deixa de ser “simbólico” que o início da instalação dos estaleiros surja a cinco dias das eleições legislativas. “Se não é, parece um ato de propaganda, numa altura em que o Governo está debaixo de fogo por causa do embaraço de Tancos”, conclui Jorge Pires.

Em 30 de agosto, a ministra da Saúde, Marta Temido, congratulava-se no Porto com o cumprimento do calendário estabelecido em outubro de 2018 para a construção da ala pediátrica, empreitada orçada em cerca de 25 milhões de euros que deverá ficar concluída em 2021.

A governante falava na assinatura do contrato para a construção da obra, entre o CHUSJ e a Casais – Engenharia e construção, seleccionada de um conjunto de 14 empresas convidadas.

Dada a urgência da construção da ala pediátrica, a Lei do Orçamento do Estado para 2019 autoriza o CHUSJ a recorrer ao procedimento de ajuste direto na contratação da empreitada.

Há dez anos que o hospital tem um projeto para construir uma ala pediátrica, mas desde então o serviço era prestado em contentores. No início de julho, o CHUSJ anunciou o fim do internamento de crianças em 36 contentores e referiu que estas estruturas, provisórias há cerca de dez anos, seriam desmontadas.

ZAP // Lusa

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4 Comments

  1. «…embora não se perceba a razão pela qual a construção só se inicie agora…» – in Jorge Pires in Zap aeiou

    Se não iniciava a construção da ala pediátrica do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), é porque não se iniciava, quando se dá início à construção já passa a ser um acto de propaganda política.

    No fundo, as declarações do sr. Pires revelam claramente o seu incómodo ao ver que o problema da falta de uma ala pediátrica condigna neste centro hospitalar foi e será colmatada com o arranque das obras, o que coloca em causa a agenda política e financeira que o próprio representa.

  2. a serio??????
    e a comissão sobre Tancos pedida pelos partidos de direita em pleno período eleitoral parece o quê?
    Aproveitamento politico?

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