Primeiro Conselho de Estado desde as eleições legislativas em Março. André Ventura falou quando não se costuma falar.
O Conselho de Estado reuniu-se nesta segunda-feira para analisar a situação da Ucrânia, na sequência da conferência sobre a paz realizada em junho na Suíça e da Cimeira da NATO da semana passada em Washington.
Esta será a 35.ª reunião do órgão de consulta presidencial durante os mandatos de Marcelo Rebelo de Sousa, e a primeira com os novos conselheiros de Estado eleitos pela Assembleia da República para esta legislatura, entre os quais Carlos Moedas, indicado pelo PSD, Pedro Nuno Santos, pelo PS, e André Ventura, pelo Chega.
O Presidente da República conferiu posse, em cerimónia no Palácio de Belém, ao Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, e a Francisco Pinto Balsemão, Carlos Moedas, Pedro Nuno Santos e André Ventura, como membros do Conselho de Estado.
Foi uma reunião convocada pelo presidente da República “para analisar a situação na Ucrânia, no contexto da Cimeira para a Paz na Suíça, da Cimeira da NATO em Washington e da reunião da Comunidade Política Europeia no Reino Unido”.
O presidente do Chega, André Ventura, quebrou a tradição e falou aos jornalistas à saída da reunião do Conselho de Estado, na sua estreia como conselheiro, realçando o “alargado consenso” em relação à guerra na Ucrânia.
À saída da reunião, mesmo não havendo microfone colocado na Sala das Bicas do Palácio de Belém, André Ventura aproximou-se e parou brevemente para falar à comunicação social, que o interpelou sobre a sua estreia como conselheiro de Estado.
“Correu tudo bem. Acho que é importante notar que em temas essenciais temos um alargado consenso no sistema parlamentar português, como é este caso da guerra da Ucrânia”, declarou o presidente do Chega.
Interrogado se a reunião do órgão político de consulta do Presidente da República foi só sobre a situação na Ucrânia, André Ventura respondeu: “Foi essencialmente o que esteve em cima da mesa”.
A nota informativa oficial sobre a reunião, divulgada pela Presidência da República cerca de meia hora depois, é mais sucinta e nada refere sobre consensos nem dá conta de conclusões.
“O chefe de Estado, reunido sobre a presidência de sua excelência o Presidente da República, hoje, dia 15 de julho de 2024, no Palácio de Belém, em Lisboa, teve como tema a análise da situação na Ucrânia”, lê-se apenas no comunicado.
A reunião durou cerca de três horas e meia. Não estiveram os antigos presidentes da República António Ramalho Eanes e Aníbal Cavaco Silva e o conselheiro Carlos César.
ZAP // Lusa