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Congressista abriu processo de destituição de Donald Trump

BrookingsInst / Flickr

O congressista californiano Brad Sherman (DEM)

O congressista californiano Brad Sherman (DEM)

Um congressista democrata, eleito pelo Estado da Califórnia, apresentou a primeira iniciativa legal com vista à destituição de Donald Trump da Presidência dos EUA.

O congressista californiano Brad Sherman, membro da Câmara dos Representantes, acusa o presidente norte-americano Donald Trump de obstruir as investigações à interferência da Federação Russa nas eleições presidenciais de 2016, em parte por demitir o então diretor do FBI, James Comey.

Brad Sherman reconheceu que a sua iniciativa de impeachment, designada formalmente como artigo para a destituição e consistente em uma série de acusações, “é o primeiro passo numa estrada muito comprida”.

Mas, em comunicado, Sherman manifestou-se esperançado em que, “se a incompetência impulsiva continuar, então, eventualmente, dentro de muitos, muitos meses, os republicanos vão juntar-se ao esforço para a destituição”.

Este esforço tem poucas possibilidades de êxito na Câmara dos Representantes, dominada pelo partido republicano.

Sherman nem sequer tem o apoio de muitos dos seus correligionários democratas. Os próprios líderes dos democratas têm-se distanciado dos esforços para destituir Trump, acreditando que apenas servem para estimular os apoiantes do presidente.

A resolução de Brad Sherman conta no entanto já com o apoio do representante democrata eleito pelo Estado do Texas, Al Green.

Sherman entregou o documento um dia depois de Donald Trump Jr., o filho do presidente, ter admitido que se reuniu com uma advogada russa durante a campanha. A advogada prometeu informação do governo russo prejudicial para a então candidata presidencial democrata Hillary Clinton.

Trump Jr. Garantiu que não recebeu informação sobre Clinton durante a reunião. O presidente, por seu turno, tem questionado os seus próprios serviços de informações e recusado a tese da interferência russa nas eleições.

Quarto impeachment à vista

Nos Estados Unidos o processo de Impeachment é instaurado por denúncia no Congresso para apurar a responsabilidade por grave delito ou má conduta no exercício de funções de estado, cabendo ao Senado, se procedente a acusação, aplicar ao infrator a pena de destituição do cargo.

Até agora, apenas um presidente norte-americano foi afastado do seu cargo por impeachment: Andrew Johnson, 17.º Presidente dos Estados Unidos, destituído em 1868 por violar a Tenure of Office Act, lei federal destinada a impedir o presidente de exonerar certos titulares de cargos públicos sem aprovação do Senado.

Em 1974, Richard Nixon, 37.º presidente do país, renunciou ao cargo para evitar a destituição pelo seu envolvimento no escândalo Watergate.

Em 1999, o 42.º presidente americano, Bill Clinton, foi alvo de um processo de impeachment por falso testemunho num escândalo sexual a estagiária Monica Lewinsky, mas o processo de impugnação foi arquivado pelo Congresso norte-americano.

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O congressista Brad Sherman com o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, o último a ser alvo de um processo de impeachment

O congressista Brad Sherman com o ex-presidente norte-americano Bill Clinton, o último a ser alvo de um processo de impeachment

ZAP // Lusa

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