“Vamos fazer barulho”: a confusão nas ruas de Gaia (que vai aumentar)

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(dr) CM Gaia

Avenida da República, Gaia

E nem é a nova ponte sobre o Douro que está em causa: o “absurdo” é a ciclovia que está a ser construída na Avenida da República.

Quem passa pelo Porto, seja turista ou não, tem reparado que a cidade está cheia de… obras.

Há trabalhos em “todo o lado”, destacando-se os pontos centrais de São Bento, Aliados, junto ao Hospital de Santo António, Galiza, Casa da Música ou Campo Alegre (tudo por causa do Metro do Porto), ou ainda na Avenida da Boavista e arredores (Metrobus).

Mas Vila Nova de Gaia começa a estar também muito condicionada em três pontos centrais, sobretudo ao longo das últimas semanas.

As obras de alargamento da linha amarela do Metro do Porto – que ainda não foi inaugurada – até foram mais discretas do que as duas mais recentes.

Uma delas está relacionada com a linha rubi do Metro do Porto. Há mudanças que já são visíveis no terreno, tendo começado por Santo Ovídio, com casas destruídas e condicionamentos no trânsito, passando nas últimas semanas para a Via Engenheiro Edgar Cardoso – que até acelerou o acesso à Ponte da Arrábida pela Afurada.

A outra é também recente: a ciclovia que está a ser instalada na Avenida da República, entre Santo Ovídio e Jardim do Morro.

As obras começaram em Maio e os comerciantes estão preocupados: falta espaço para cargas e descargas.

“Ciclovia? Deus me livre! O meu fornecedor vem aqui e onde vai deixar o carro para descarregar a mercadoria? Isto não pode ser; o senhor presidente da Câmara que pense noutra coisa, porque isto não tem jeito nenhum. É um absurdo“.

A queixa foi apresentada no Jornal de Notícias por Joaquim Cruz, dono de uma confeitaria na zona.

A Câmara Municipal de Gaia garante que vai haver locais específicos para cargas e descargas em toda a Avenida da República.

Mas Vera Teixeira, numa frutaria ali perto, avisa: “Têm de resolver isto da ciclovia, porque, segundo dizem, vai ter mecos. E vamos descarregar como? Por via aérea?“.

“Fizeram a linha do metro e tiraram-nos esses lugares. Agora, é a ciclovia… Os comerciantes deste bocadinho, até à loja da Vodafone, são uns cristos nas multas. Por ano, pagamos às 20 e 30 multas de estacionamento”, queixa-se Vera, que lembra que a Avenida da República é uma zona de comércio, “não é turística”.

Os comerciantes estão a tentar reunir com Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara: “Vamos fazer barulho”, continua Joaquim Cruz, que lamenta que o aviso sobre as obras só tenha chegado há duas semanas.

A Avenida da República vai continuar com uma via para cada sentido, mas agora mais estreita.

Este tipo de confusão em Gaia vai aumentar ao longo dos próximos anos. Além das obras já existentes, ainda vem aí mais condicionamentos por causa do metro (entre Arrábida e Santo Ovídio, passando pelo ponto central das Devesas), a nova ponte sobre o Rio Douro e o comboio de alta velocidade (Santo Ovídio).

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

3 Comments

  1. Lá se vão as poucas árvores que ainda existem. Que tristeza! E onde estão os parques fe estacionamento. Esta Presidência vai deixar a Cidade num caos.

  2. Essa malta das bicicletas tem a mania que é mais esperta, então não sabem andar de popó e poluir como os outros? Vergonha.

  3. Esse senhor comerciante é mesmo de que padaria ?
    As pessoas têm de aprender que cargas e descargas tem horários específicos no meio de uma cidade querem camiões parados a torto e a direito? Eu percebo o que eles querem dizer mas nem o jornalista que escreveu a notícia consegue ser coerente… No meio de tanta obra hove imensos problemas no trânsito desde a urbanização Vila D’ Este até Santo Ovídio, não há conhecimento suficiente para esclarecer os cidadãos se Vila Nova de Gaia., uma vez que isso não é referido na notícia. Ouvir duas pessoa e escrever que as obras foram discretas como quem diz que não houve problemas é mentira!

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