A auditoria às obras do antigo Hospital Militar de Belém foi enviada em março à Assembleia da República com a classificação “Confidencial”. Mas o documento acabou na comunicação social.
O Gabinete Nacional de Segurança (GNS) está a investigar uma suspeita de quebra de segurança relacionada com um documento interno do Ministério da Defesa.
O Diário de Notícias avança a notícia nesta quinta-feira e escreve que está em causa uma auditoria feita às obras no antigo Hospital Militar de Belém, que se tornou Centro de Apoio Militar de Belém Covid-19.
O custo da obra excedeu em mais de três a verba prevista pelo Governo: em vez dos 750 mil euros que foram avançados pelo Ministério da Defesa, foram gastos na reabilitação de três dos cinco pisos 2 598 964,46 euros – 3,2 milhões com IVA, escreve o diário.
A auditoria mandada instaurar pelo ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, acabou por ser noticiada na comunicação social.
Segundo o gabinete do governante, a auditoria, conduzida pela Inspeção-Geral da Defesa Nacional (IGDN), foi “enviada para a Assembleia da República a 31 de março de 2021 tendo esse envio mantido a classificação de ‘Confidencial’ atribuída pela IGDN”.
No entanto, pouco depois, o conteúdo apareceu na comunicação social, nomeadamente na TSF, que citou partes do seu conteúdo, acabando por ser replicado em vários órgãos.
Perante a quebra de segurança, estão no terreno elementos do GNS a apurar responsabilidades pela violação dos procedimentos de segurança a que está sujeito um documento com este nível de classificação.
Segundo o DN, a informação foi confirmada por fontes do Ministério da Defesa e da Assembleia da República, onde o relatório, que tinha sido requerido apenas pelo PSD, foi entregue na Comissão de Defesa e distribuído a todos os grupos parlamentares.
A legislação determina que o grau ‘Confidencial’ “deve ser aplicado às matérias cujo conhecimento por pessoas não autorizadas possa ser prejudicial para os interesses do país ou dos seus aliados ou para organizações de que Portugal faça parte”.
O matutino questionou o gabinete de Cravinho sobre o motivo pelo qual tinha sido atribuída esta classificação a um relatório sobre obras, mas não obteve resposta.
Aquilo que é secreto, confidencial e quejandos, acaba sempre o contribuinte a pagar e muitas vezes nem sabe de onde é que vieram as despesas. Que interesse tinha em este documento das obras ser rotulado de confidencial? Se é uma despesas que o contribuinte vai pagar e “não bufa”, como muitas asneiras deste e de outros governos desde o 25 de Abril.