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“Confesso que estou esmagado”, diz Santana Lopes

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António Cotrim / Lusa

O presidente do Aliança, Pedro Santana Lopes

O líder da Aliança, Pedro Santana Lopes, assumiu hoje estar esmagado pelas intervenções ouvidas no congresso fundador, defendendo que a política “com P grande” tem de ser “uma regra sagrada” do partido.

“Confesso que estou esmagado pelo que tenho visto. Esmagado no bom sentido”, acentuou o antigo primeiro-ministro, numa sua primeira intervenção, ou conversa, como preferiu classificá-la, já passava das 22:00, no congresso fundador da Aliança.

Santana Lopes refutou a ideia de que a Aliança nasceu “por causa de uma pessoa” ou “de lugares” – “Que se desengane” – sublinhando que bastaria a “presença impressionante” dos militantes para perceber que “não é o partido de uma pessoa só”.

Santana Lopes sugeriu que o país poderia estar “muito diferente”, para melhor, se o antigo Presidente da República Jorge Sampaio não tivesse dissolvido o parlamento e provocado a queda do seu governo em 2004.

“Se o então Presidente da República, em 2004, não tivesse feito o que fez, o país estaria hoje muito diferente, de certeza absoluta”, acentuou Pedro Santana Lopes, na sua primeira intervenção no congresso fundador da Aliança, em Évora, iniciada quando já passava das 22:00.

O antigo primeiro-ministro, então líder do PPD-PSD, referia-se à opção de Jorge Sampaio pela dissolução da Assembleia da República, em 2004, que provocou a queda do governo por si chefiado e as novas eleições, ganhas então com maioria absoluta pelo Partido Socialista de José Sócrates.

António Cotrim / Lusa

Pedro Santana Lopes discursa durante o 1.º Congresso do Aliança

Pedro Santana Lopes aproveitou a “conversa” com os militantes para defender que Portugal precisa das “políticas certas, sem a cobardia dos ataques pessoais”.  “Vamos para a campanha sem fazer distinção entre partidos com assento ou sem assento parlamentar”, apelou.

A política é bonita! A política com P grande. E essa tem de ser uma regra sagrada da Aliança”, concretizou, depois de elogiar o “trabalho obivamente coletivo” e o “modo de intervenção cívica” e de “serviço à comunidade” demonstrado pelos militantes do novo partido, que tem a sigla A.

‘Não exagerar’ na solidariedade com o Governo

O líder da Aliança pediu ao Presidente da República para não exagerar na solidariedade com o Governo, ao aludir à convergência de Marcelo Rebelo Sousa com o executivo na questão da greve dos enfermeiros.

“Sempre defendi e defendo a solidariedade institucional entre Presidente da República e Governo, mas não é preciso exagerar, é preciso equilíbrio”, acentuou Pedro Santana Lopes na sua primeira intervenção no congresso fundador da Aliança.

O antigo primeiro-ministro disse não ter gostado de ver Marcelo “saltar como saltou” na questão da greve dos enfermeiros, recordando que o executivo de António Costa trata com “dois pesos e duas medidas” a bastonária da Ordem e o “senhor da Fenprof”.

Santana Lopes elogiou, contudo, a seriedade e a competência do Presidente da República, mas recusou-se a dar-lhe apoio antecipado, até porque “o homem ainda não decidiu se se recandidata ou não”.

“Nesta altura, o que tenho de dizer ao Sr. Presidente da República é que vamos ser exigentes com ele“, sublinhou, ressalvando, contudo, que a Aliança está “ao lado” de Marcelo.

A Aliança não é oposição ao sr. Presidente da República, nem quer ser”, frisou, lembrando que tem estado ao lado de Marcelo quando este tem sido atacado, nomeadamente nos casos do bairro da Jamaixa, no Seixal, ou no caso do furto de armas em Tancos.

// Lusa

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