Deputada ucraniana denunciou caos na cúpula militar ucraniana. “Syrskyi está a retirar várias brigadas mais experientes de direções críticas na região de Donetsk (…) O que é isto, senão ajudar o inimigo?”
O comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas, Oleksandr Syrskyi, foi acusado este domingo de ajudar a Rússia com as suas rotações dos setores de responsabilidade.
Segundo Maryana Bezuhla, deputada independente no Parlamento, o responsável está a retirar brigadas experientes das regiões “críticas” controladas por Kiev na região de Donetsk.
“Syrskyi está a retirar várias brigadas mais experientes de direções críticas na região de Donetsk”, começou por acusar a ex-integrante do partido “Servant of the People”, do presidente Volodymyr Zelenskyy, que foi demitida a semana passada do Comité de Segurança Nacional por recomendação da própria comissão.
“As ‘rotações Toretsk’ dos sectores de responsabilidade para outro inferno estão em curso neste momento, em vez de reforçar estas unidades e garantir rotações internas reais, e não falsas, para descanso e recuperação do pessoal, mantendo uma linha de defesa estável. O que é isto, senão ajudar o inimigo?”, questionou, numa publicação no X.
Syrskyi is withdrawing several more experienced brigades from critical directions in the Donetsk region. The “Toretsk rotations” from the sectors of responsibility studied by the brigades, where “every bush is known,” into another hell are ongoing right now. Instead of…
— Марʼяна Безугла (Mariana Bezuhla) (@marybezuhla) September 29, 2024
Em 5 de julho, de acordo com a Pravda, o deputado Fedir Venislavskyi, membro da Comissão de Segurança Nacional, declarou que iria apresentar uma queixa contra Bezuhla junto do Serviço Nacional de Investigação, por considerar que esta tinha divulgado informações de uma reunião à porta fechada da comissão. No passado dia 17, a deputada, que afirma que “mais de metade dos projetos de lei aprovados pela comissão” foram ideias suas, pediu para ser transferida para a Comissão da Política Externa.
Ao longo de 2023, foram muitas as críticas da deputada face ao comandante-chefe através de uma série de publicações nas redes sociais.
Em maio de 2024, quando as forças russas lançaram novas ofensivas na região de Kharkiv, Bezuhla visitou as linhas da frente para o que descreveu como uma “inspeção”. Quando regressou, dirigiu as suas críticas à nova liderança, visando particularmente Syrskyi e os que lhe eram próximos. Nas suas mensagens, acusou-os de promoverem indivíduos não qualificados para cargos militares importantes com base em ligações pessoais e não no mérito.
Em 2022, a polémica deputada apresentou um projeto de lei que autorizava o uso de força letal contra soldados por insubordinação, o que gerou diversas críticas de ativistas de direitos humanos.
Este ano, Bezuhla saiu do partido de Zelenskyy, alegando falta de progresso na agenda legislativa.