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“Não comam sushi, comam cabrito”. A receita contra os incêndios florestais

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José Coelho / Lusa

Oficina destruída pelos incêndios em Covelo, Gondomar

O Presidente da República e o primeiro-ministro visitam, nesta segunda-feira, algumas das zonas afectadas pelos incêndios no norte e centro do país numa altura em que se sublinha a importância de “repensar a terra” e de incentivar as pessoas a comerem mais “cabrito e chanfana” e menos sushi.

Marcelo Rebelo de Sousa e Luís Montenegro têm paragens marcadas para Baião (distrito do Porto), Vila Pouca de Aguiar (Vila Real) e Sever do Vouga (Aveiro), zonas que foram atingidas pelos intensos fogos deste mês de Setembro que causaram elevados prejuízos humanos, materiais e patrimoniais.

O Presidente da República e o primeiro-ministro são acompanhados pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, e pela Ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, num momento em que ser realça a importância de “repensar o território de outra maneira”.

A ideia é do comentador político da Rádio Renascença Henrique Raposo que sublinha que Marcelo e Montenegro deviam valorizar “ideias revolucionárias que já estão a acontecer em Portugal”, como é o caso da iniciativa “Rewilding Portugal“.

Tornar “Portugal selvagem de novo”

A iniciativa Rewilding Portugal “está a repovoar partes do território com grandes animais, como o bisonte europeu“, nota o comentador, frisando que está, no fundo, a tornar “Portugal selvagem de novo”.

“Estão a introduzir o bisonte europeu em várias herdades, mais a Sul, e a maior experiência está em Foz Côa, que é uma área mais propícia ao incêndio, onde estão a reintroduzir o taurus, uma vaca geneticamente modificada pela ciência moderna, para se assemelhar ao auroque”, explica ainda Henrique Raposo.

Esta vaca “limpa os terrenos e através do ciclo de natureza, torna o terreno menos seco, com vegetação mais viçosa”, acrescenta.

Por isso, o comentador da Renascença diz que gostava que o Presidente da República, “em vez de estar a insistir nos meios de combate aéreos e nos meios de combate dos bombeiros, repensasse o território desta maneira”.

Além disso, Henrique Raposo também deixa recomendações às populações das cidades.

“Se querem impedir, ajudar a combater os fogos, não comam um sushi, comam cabrito ou comam chanfana, borrego ou comam mel, castanhas“, realça, notando que através da nossa alimentação diária, podemos todos contribuir para “criar uma economia rural que ocupe aquela terra”.

Nove pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas em consequência dos incêndios deste mês de Setembro.

Estes incêndios consumiram, entre os dias 15 e 20 de Setembro, cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da última década, segundo o sistema europeu Copernicus.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. projetos da treta para atirar areia para os olhos! Como querem fixar pessoas se não há cuidados de saude ou trabalho? Quem quer ir desterrado para o interior? fala-se mas depois os unicos trabalhos são na agricultura. Décadas a incutir na população para sair do campo e ir para a cidade e agora que deixou de haver vinculo é que querem o inverso.

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  2. Apenas para referir que o bisonte é uma espécie exótica em Portugal e que não há qualquer registo de que alguma vez já cá tenha estado naturalmente. Além do mais, o clima dos locais de ocorrência natural é substancialmente diferente do clima de Portugal, nomeadamente do clima dos locais onde foi libertado.
    Independentemente da questão acima, o bisonte não terá qualquer efeito nos fogos florestais. Se quisermos falar de herbívoros, porque não falar por exemplo da espécie autóctone a que chamam corço. Será que o comentador já terá ouvido falar dela? Ou será que iremos sempre preferir falar que curas milagrosas à base de banha da cobra ou de pílulas faz-tudo-em-pouco-tempo-sem-qualquer-esforço?

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