Com um “bocadinho poucochinho” quem é que se entende?

ZAP // António Pedro Santos, Miguel A. Lopes / Lusa

Num debate para cumprir calendário, Pedro Nuno Santos prometeu aumentar salários, mas só até ao ponto em que a economia portuguesa conseguir pagar. Raimundo acusou o PS de apresentar o programa do “bocadinho poucochinho”. Geringonça? Só se for para estar ao lado dos portugueses.

Os líderes do PS e da CDU estiveram frente a frente, na RTP, na noite desta segunda-feira, num calmo debate de pré-campanha para as eleições legislativas de 18 de maio.

Pedro Nuno Santos e Paulo Raimundo começaram por recordar e agradecer o legado deixado por Papa Francisco, que morreu esta segunda-feira.

Quanto ao país, os candidatos começaram pela saúde, concordando que o problema não se resolverá de um momento para o outro.

No entanto, atacando o Governo de Luís Montenegro, Paulo Raimundo disse que é inadmissível que se perca tanto tempo para resolver estes problemas. O líder comunista defendeu a fórmula de sempre para fixar médicos no SNS: aumentar salários. “Se se criarem as condições de trabalho, apoios de alojamento, os profissionais pudendo optar vão optar pelo SNS, porque há um vestir da camisola. Havendo condições salariais é possível profissionais no privado voltarem ao SNS”, afirmou.

Na imigração, ambos concordaram que Portugal precisa de imigrantes, mas de forma regulada. Pedro Nuno Santos disse que o país tem de adaptar as soluções à realidade, repetindo a ideia de um fluxo regulado.

Raimundo acusou o Partido Socialista de dar estabalidade à AD, assumindo-se magoado pelo PS ter deixado passar o Orçamento do Estado. No entanto, Pedro Nuno recusou essa ideia, argumentando que o PS apenas dá estabilidade ao país. O secretário-geral do PS disse ainda que um eventual chumbo do Orçamento levaria o país para mais instabilidade.

Geringonça? “Se é para continuar por caminhos diferentes, mas no mesmo rumo, connosco não contam. Se for para estar ao lado das pessoas, há sempre caminho”, disse Paulo Raimundo.

Pedro Nuno pediu insistentemente que Raimundo pare de colar o PS à AD.

Desta vez, ao contrário do que fez nos debates com o BE e Livre, Pedro Nuno não puxou muito pela questão do “voto útil”. O socialista apelou a que todos que votem no PS, não só os comunistas. Raimundo, por seu turno, afirmou que é mais importante do que nunca o Parlamento ter deputados da CDU.

No final, Pedro Nuno prometeu aumentar salários e pensões, mas só até ao ponto em que a economia portuguesa conseguir pagar. Raimundo terminou, acusando o PS de apresentar o programa do “bocadinho poucochinho”.

Miguel Esteves, ZAP //

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