Com o aparecimento de novos partidos à direita, Francisco Rodrigues dos Santos tenta “diferenciar” o CDS

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PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

O presidente CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos (D), na Feira do Fumeiro, em Montalegre, durante a campanha para as legislativas de 30 de janeiro

Líder do CDS continua a afirmar que o número de eleitores confinados poderá ter impacto nos resultados das eleições.

Francisco Rodrigues dos Santos reconhece que pela primeira vez na sua história o CDS depara-se com um cenário de eleições em que disputa eleitorado com partidos à direita que estão sentados no Parlamento, pelo que os esforços da campanha estão concentrados em distinguir as alternativas perante o eleitorado, para que percebam que “não faz sentido alterar o voto no CDS para estes partidos emergentes“. Confrontado com o porquê de estes partidos terem aparecido e estarem, segundo as sondagens, a contribuir para que o CDS perca espaço, o presidente dos centristas recusou responsabilidades do CDS.

“Houve várias razões e agora não interessa estar a discuti-las. É uma realidade que tenho de encarar como normal e contribuir para que o CDS se reerga mais forte apesar da concorrência”, explicou, durante uma visita à Feira do Fumeiro, em Montalegre. Como tal, um dos caminhos passa por reafirmar propostas que diz serem há anos do CDS e que atualmente estão a ser acenadas por outros partidos, nomeadamente o Chega ou a Iniciativa Liberal. “Quem procurar o CDS fora do CDS vai desiludir-se“, avisou.

Num ambiente em que se sente confortável, o da ruralidade, mostrou o seu apoio aos caçadores, dizendo que estes não são terroristas e refutando as acusações do PAN de que a atividade ameaça exterminar as espécies. Francisco Rodrigues dos Santos recusa também visões fundamentalistas no que respeita à exploração do lítio, o que entende poder ser uma oportunidade para o país e para a região. “Tudo na vida tem que ser feito com critério e o CDS não é fundamentalista nesta matéria”.

Ao contrário de outros atores políticos, o líder dos centristas optou por não votar antecipadamente este domingo, justificando-o com o seu caráter “conservador”. Ainda assim, reconhece que esperava ter visto mais pessoas a exercer o seu direito de voto. “A mobilização não era aquela que se estimava. Quando estive reunido com a ministra da Administração Interna (MAI), estimava que pudessem votar cerca de um milhão de pessoas, hoje vamos verificar que afinal no máximo são 200 mil”, lamentou. Ainda assim, não deixou de apelar ao voto, uma vez que “na democracia nunca podemos esquecer que pessoas más são eleitas por pessoas boas que não foram votar”.

ZAP //

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