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Foi rezar, falou de cofres e não entregou o amigo Sócrates. O que Santos Silva disse a Ivo Rosa

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Luís Ruivo / Lusa

O empresário Carlos Santos Silva à chegada para o segundo dia de audição no Tribunal Central de Instrução Criminal.

Ouvido ao longo de mais de 18 horas, no decurso de três dias de interrogatório no âmbito da fase de instrução da Operação Marquês, Carlos Santos Silva, o amigo que é suspeito de ser “testa-de-ferro” de José Sócrates, defendeu a tese do ex-primeiro-ministro e disse que também ele tinha dois cofres com dinheiro.

Antes de ser interrogado pelo juiz de instrução do processo, Ivo Rosa, Carlos Santos Silva passou pela Igreja, para pedir aconselhamento divino, conforme reportou a CMTV.

Depois desse momento de meditação religiosa que terá durado cerca de 10 minutos, o empresário foi ouvido ao longo de mais de 18 horas, num interrogatório que se estendeu por três dias e onde corroborou a versão de José Sócrates, garantindo que os cerca de 23 milhões de euros que o Ministério Público (MP) acredita pertencerem ao primeiro-ministro eram de facto seus.

Santos Silva garantiu que, ao longo dos anos investigados na Operação Marquês, emprestou milhares de euros a José Sócrates “por amizade”, conforme extractos do seu depoimento revelados pelo Expresso e pelo Correio da Manhã (CM).

O empresário alegou que emprestou a Sócrates 510 mil euros e que este já lhe pagou 250 mil euros.

Perante Ivo Rosa, Santos Silva negou também conhecer Ricardo Salgado, bem como ser o intermediário de alegadas luvas pagas pelo Grupo Espírito Santo a José Sócrates, da ordem dos 12 milhões de euros, pelo suposto favorecimento na oferta pública de aquisição lançada pela Sonae sobre a PT.

O CM avança, contudo, que Santos Silva “não conseguiu explicar” os pagamentos feitos à Octapharma, onde Sócrates trabalhava, através da sua empresa XML e que tinham como proveniência o Grupo Lena. Os 12.500 euros por mês desses pagamentos coincidiam com o valor do salário de Sócrates na Octapharma e o MP entende que eram pagamentos fictícios.

Santos Silva garantiu ainda que o apartamento de Paris, onde Sócrates viveu enquanto estudou na prestigiada Sorbonne, também lhe pertencia. O imóvel foi adquirido por 2,8 milhões de euros e o MP acredita que era de facto de Sócrates.

O empresário diz que Sócrates insistiu com ele para fazerem um contrato de arrendamento por 4 mil euros mensais, valor que nunca terá sido pago.

Nas escutas telefónicas, Sócrates é ouvido a dar ordens sobre as obras, mas Santos Silva alegou que foi um favor que lhe fez por não dominar a Língua Francesa.

Santos Silva também garantiu a Ivo Rosa que comprou mais de 500 livros da obra lançada por Sócrates “por amizade”.

Durante o interrogatório, o empresário alegou ter dois cofres, onde guardaria milhares de euros em dinheiro. Um deles estaria no nome do advogado Gonçalo Trindade Ferreira, que também é arguido no caso, e conteria 200 mil euros em dinheiro vivo para “facilitar” negócios na área da construção civil.

Também Sócrates já tinha dito ao juiz que a mãe tinha um cofre em casa, onde guardaria uma fortuna herdade do pai e onde o ex-primeiro-ministro se iria “abastecer” para sustentar os seus gastos, nomeadamente as férias.

Santos Silva recebia comissão de 10% de Sócrates

Santos Silva está acusado de 33 crimes, entre os quais corrupção activa e passiva, branqueamento de capitais e evasão fiscal.

Na tese do MP, “José Sócrates e Carlos Santos Silva acordaram entre si que que o primeiro possibilitaria ao segundo, como forma de compensação de todos os serviços prestados e conforme a conveniência daquele último arguido, a utilização no seu próprio interesse de uma percentagem sobre os montantes feitos circular pelas contas bancárias que o mesmo Carlos Santos Silva titulava”, aponta a acusação, conforme cita o CM.

“Tal retribuição poderia atingir um montante aproximado a 10% sobre a totalidade dos fundos que passaram por contas pessoalmente tituladas pelo arguido Carlos Santos Silva, incluindo os fundos repatriados da Suíça e os lucros distribuídos pela XLM [empresa de Santos Silva], sendo portanto calculada com base num montante total de cerca de 25 milhões de euros, excluídos os ganhos financeiros gerados”, acrescenta a acusação.

No total, o empresário terá recebido de Sócrates uma comissão de 2,5 milhões de euros para ser seu “testa-de-ferro”, conforme acredita o MP.

A acusação da Operação Marquês defende que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros de “luvas” por benefícios ao Grupo Espírito Santo, ao Grupo Lena e ao empreendimento de Vale do Lobo.

SV, ZAP //

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12 Comments

  1. 18 horas de interrogatório. Muita coisa havia para questionar. Mas ele não deve saber nada, nunca deu por nada a também não se deve lembrar de nada. E os amigos, todos bem empoleirados, caladinhos que nem ratazanas!!

      • Há condenações sem a necessidade da prova do acto de corrupção em si mesmo. E não se esqueça que há várias decisões em que há corruptos sem haver corruptores. Parece estranho mas na justiça quase tudo vale. Até porque consideramos sempre o juízo que um cidadão médio, representativo da comunidade depreenderia da grande maioria dos factos. E neste caso concreto, um cidadão médio, representativo da comunidade, já teria mandado prender esta banditagem toda há muito tempo.

  2. Aqui não há nada para aprovar, mas sim condenar esses corruptos que assim destroem Portugal, um país rico, mas está pobre por causa dos corruptos e ladrões do povo.
    Dizem eles que têm cofres com milhões em casa e a mãe de Sócrates também, pois deixou de receber o seu vencimento e de pedir ao filho 1.200€ para comprar um casaco!!!
    Milhões que vieram de uma herança em dinheiro vivo!!!!!!!
    Num país qualquer da Europa já deviam estar presos há mais de 5 anos, pois ainda continuam a tapar os olhos aos céguinhos e assim os processos são arquivados!!!!
    Em outros países já teriam sido mortos… é a verdade…
    Esperemos que a Justiça se faça Justiça, porque se escarem á Justiça dos HOMENS nunca escaparão á Justiça de Deus.
    Podem ir rezar e mais rezar, Deus só perdoa se disserem as verdades e devolverem todo o dinheiro roubado, porque se assim não for Deus estará á espera para os julgar.
    PODEM REZAR E MAIS REZAR, PORQUE DEUS QUER A VERDADE

    • Portugal é um país rico em fascistas e vingadores justiceiros! Os intervenientes do caso Marquês afinal roubaram o quê? E a quem? Parece que ninguém sabe! Os “sabichões destas coisas” vão dando uns “tracks”, que só cheiram mal!!! Só não percebo porque é que os ladrões do BPN/PPD ainda não foram presos por factos passados há mais de DEZ ANOS e que já custaram mais de 6.000 milhões de euros ao país!! Desses não fala porquê? Fazem parte da “famiglia” e é preciso que caiam no esquecimento?? As histórias que o Ministério Público inventou, baseadas no “acreditamos que”, “pensamos que”, estamos convencidos que”, atc, até já conta com “comissões” acordadas para pagar a “utilização das contas de Santos Silva”!!!! Este Ministério Público contratou o Zandinga para “descobrir” aquilo que não conseguiu demonstrar! E como não “encontram nada real”…inventam! É mais fácil. Os aldrabões do BPN ninguém incomoda, há mais de dez anos e está TUDO PROVADO!!! Os processos da Tecnoforma e dos submarinos (“direitistas”!!) foram mandados arquivar pela D. Joana, sem dó nem piedade. Convinha!!

      • Claro que fazem parte da “famiglia”, tal como os seus amigos Isaltino, Valentim Loureiro, Fatima Felgueiras, Armando Vara, Melancia e muitos mais. A “famiglia” é muito maior do que aquilo que pensa, e vai da direita á esquerda amigo.

  3. Esta historia do socrates é igual ao do lula,que já tem + de 30 anos de prisão,para cumprir.
    Se o juiz ivo não tiver uma restia de juizo ele vai ser completamente enganado.
    Os bandidos não passam recibos das aldrabices.
    Temos de cheira las.

  4. Pessoalmente continuo a achar que a culpa de tudo isto é do Pai Natal. Esse artista é que deu o graveto à mãe do Sócrates. Tudo o resto são falsidades inventadas pelo CM.

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