As criptomoedas também são conhecidas por serem a fonte de fraudes como o esquema Bitcoin de novembro, que obrigou os utilizadores do Instagram a filmar “vídeos ao estilo de reféns”.
Os investidores, contudo, ainda estavam abalados após descobrirem recentemente que o co-fundador da criptomoeda DeFi Wonderland foi exposto como uma fraude e condenado, de acordo com a CoinDesk.
Na passada quinta-feira de manhã, foi partilhado no Twitter a descoberta de que “Sifu”, um membro central da equipa fundadora da DeFi Wonderland, era na realidade Michael Patryn, o criador da QuadrigaCX.
Patryn é, alegadamente, um vigarista de longa data, que participou numa falhada troca de criptomoedas canadianas que, de acordo com os reguladores provinciais, estava a funcionar como um simples esquema Ponzi.
“0xSifu é o co-fundador da QuadrigaCX, Michael Patryn”, escreveu Zach no Twitter, utilizador que se auto-proclama detetive.
1/ This needs to be shared @0xSifu is the Co-founder of QuadrigaCX, Michael Patryn. If you are unfamiliar that is the Canadian exchange that collapsed in 2019 after the founder Gerald Cotten disappeared with $169m
I have confirmed this with Daniele over messages. pic.twitter.com/qSfWNnQPhr
— zachxbt.eth (@zachxbt) January 27, 2022
“Se não está familiarizado, esta é a criptomoeda canadiana que entrou em colapso em 2019 após o desaparecimento do fundador Gerald Cotten com 169 milhões de dólares”, lê-se na publicação.
Patryn já foi alegadamente condenado várias vezes. Os seus crimes incluem fraude informática, bem como fraude bancária e de crédito. Mas isto não impediu Daniele Sestagalli, fundador da DeFi Wonderland, de trabalhar com ele, apesar de ter descoberto a sua verdadeira identidade há um mês atrás.
Depois de a verdadeira identidade de Patryn também ter sido revelada online para todos verem, Setagalli respondeu à publicação.
“Quero que todos saibam que eu estava ciente disto e decidi que o passado de um indivíduo não determina o seu futuro. Opto por valorizar o tempo que passamos juntos sem ligar tanto ao seu passado”, escreveu.
A publicação no Twitter foi seguida por uma declaração onde Sestagalli revelou como descobriu a verdadeira identidade de Patryn. Declarou também que tinha agora pedido a Patryn para se demitir, após mais reflexão sobre o assunto.
“Tendo agora passado algum tempo a refletir, decidi que ele precisava de se demitir até que uma votação para a sua confirmação estivesse em curso. O Wonderland tem a palavra final sobre quem gere o seu tesouro e não apenas eu ou o resto da equipa do Wonderland”, escreveu Sestagalli.
Embora pareça que este caso se resolveu por si só, sem Patryn por perto para causar mais danos, não deixa de se levantar uma questão sobre o nível de anonimato presente no espaço DeFi.
Nos casos que envolvem fraudes e vigaristas, os riscos ultrapassam de longe os benefícios e o espaço apresenta-se como uma área tentadora para o envolvimento daqueles que já tiveram problemas com a lei.