A Festa do Cinema, que começa na segunda-feira, terá três dias de exibições com os bilhetes a custarem 2,5 euros, e espera conquistar pelo menos 200.000 espectadores, disse à agência Lusa Nuno Sousa, da organização.
Esta será a primeira edição da Festa do Cinema, uma iniciativa organizada pelos exibidores e distribuidores portugueses, para “celebrar o ato cultural e social de ir ao cinema”, num panorama de quebras consecutivas de espectadores e receitas de bilheteira.
Entre segunda e quarta-feira, os dias 11 e 13 de Maio, os bilhetes custarão 2,5 euros para qualquer sessão (com excepção dos filmes com óculos 3D), em qualquer das 500 salas de cinema aderentes, universo que abrange todas as capitais de distrito.
“A expectativa é grande”, admitiu Nuno Sousa, que representa os exibidores na organização da Festa do Cinema. Só o facto de exibidores e distribuidores se terem juntado para esta iniciativa “já é uma vitória”, disse.
“Quando estamos a falar em 500 salas, são todas. Vai dos grandes grupos de exibição até às salas mais pequenas, aos cineclubes”, referiu.
A Festa do Cinema replica uma iniciativa semelhante que existe em França e, em particular, em Espanha, cuja edição acontece precisamente nas mesmas datas.
Mas enquanto em Espanha é preciso uma inscrição prévia para se ir ao cinema, em Portugal o acesso é simplificado, explicou Nuno Sousa. É só escolher a sessão e comprar o bilhete. É possível comprar bilhete antecipadamente nas exibidoras que têm vendas e reservas ‘online’.
Para Nuno Sousa, o mínimo que é esperado na primeira Festa do Cinema é a adesão de 200 mil espectadores em três dias e, se superar as expectativas, a organização pondera fazer uma segunda edição no outono.
O exibidor espera ainda que a Festa do Cinema marque presença no calendário, crie hábito nos espectadores e imprima uma dinâmica no mercado que justifique “que se produzam filmes nacionais para estrear no contexto da Festa”. “É o que acontece já em Espanha”.
Em cartaz estão alguns filmes portugueses em exibição, nomeadamente “Capitão Falcão“, de João Leitão, “Outro país”, de Sérgio Tréfaut, e “Pára-me de repente o pensamento”, de Jorge Pelicano.
O Cinema Ideal exibirá, no âmbito da festa, três filmes de Paulo Rocha: “Se eu fosse ladrão… roubava”, “Verdes anos” e “Mudar de vida”, estes em versão digital restaurada.
A Festa do Cinema acontece num contexto de quebras consecutivas na presença de espectadores nas salas de cinema, cenário justificado por Nuno Sousa pela crise económica e pela multiplicação de plataformas de visionamento de filmes.
Segundo dados do Instituto do Cinema e Audiovisual, Portugal registou, em 2014, os piores valores de consumo de cinema em sala, desde 2004, com 12 milhões de espectadores e 62,7 milhões de euros de receita de bilheteira.
Em 2014 cada sessão de cinema contou, em média, com 20 espectadores.
No entanto, o primeiro trimestre de 2015 apresentou um aumento tanto de espectadores como de receitas, impulsionados pela estreia do filme “As cinquenta sombras de Grey“.
Entre Janeiro e Março, as exibições comerciais de cinema em todo o país registaram 3,3 milhões de espectadores e 17,1 milhões de euros de receita bruta de bilheteira.
O registo deverá manter-se em alta no mês de Abril, por causa da estreia do filme “Velocidade Furiosa 7”. Desde que se estreou em Portugal, a 02 de Abril, já somou mais de 761 mil espectadores e 4,1 milhões de euros de receita de bilheteira.
/Lusa