Cimeira UE-Índia adiada para quando puder ser presencial

António Cotrim / Lusa

A cimeira bilateral com a Índia, que deveria acontecer durante a presidência portuguesa da União Europeia (UE) foi adiada para quando puder ser feita presencialmente, confirmou esta terça-feira o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros.

Em audiência na Comissão de Assuntos Europeus, Augusto Santos Silva respondia a uma pergunta do deputado comunista Bruno Dias sobre a cimeira bilateral que chegou a estar anunciada para maio, no Porto.

No sábado, acontecerá apenas a Reunião de Líderes União Europeia (UE)-Índia, na qual o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, “participará por videoconferência”, adiantou Santos Silva.

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis espera que a cimeira entre líderes da UE e da Índia sirva para “intensificar a cooperação” entre Bruxelas e Nova Deli, ditando os “próximos passos” na agenda comercial.

“Na semana passada tivemos um diálogo de alto nível sobre comércio e investimento e, basicamente, (…) destinava-se a preparar a reunião de líderes, pelo que a Cimeira UE-Índia servirá para fazer o ponto da situação da nossa agenda comercial e decidir sobre os próximos passos”, afirmou Dombrovskis, em entrevista à agência Lusa, em Bruxelas.

“Aguardamos certamente com expectativa a intensificação da nossa cooperação, das nossas relações com a Índia, que também diz respeito a áreas como o comércio, como o investimento, mas também a outras áreas políticas”, elencou.

A UE e a Índia são importantes parceiros comerciais e há vários anos que os dois blocos mantêm contacto permanente e tentam negociar um acordo de comércio livre e de investimento. Paradas desde 2013, as negociações são atualmente consideradas vitais para responder à ascensão económica da China.

Portugal estabeleceu como uma das suas prioridades para a presidência rotativa da UE a diversificação das relações com os parceiros do Indo-Pacífico, nomeadamente com a Índia.

A situação pandémica na Índia “agravou-se bastante” e Portugal está a prestar apoio através do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, indicou.

A Índia ultrapassou esta terça-feira os 20 milhões de casos de covid-19 desde o início da pandemia e continua a ser um dos países com maior número de novas mortes.

Na semana passada, os canais de televisão e as redes sociais na Índia foram inundados com imagens de crematórios sobrelotados e hospitais desesperados com a falta de oxigénio.

Já morreram mais de 222 mil pessoas com a doença no país.

ZAP // Lusa

 

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