Cientistas querem teletransportar humanos. Um grande passo pode já ter sido dado

ZAP // Dall-E-2

A enorme velocidade dos novos computadores quânticos abre porta para os avanços no teletransporte de seres humanos.

O entrelaçamento quântico, uma propriedade que permite que as partículas espelhem instantaneamente os estados umas das outras através das distâncias, estimulou o progresso no teletransporte de informação, um avanço crucial tanto para a computação quântica como, potencialmente, para o teletransporte humano.

O entrelaçamento permite que os computadores quânticos processem problemas complexos a velocidades superiores às dos computadores tradicionais, tornando o teletransporte teoricamente viável numa escala maior.

No coração desta ideia está o fenómeno da “ação fantasmagórica à distância“, um termo cunhado por Albert Einstein para descrever o entrelaçamento quântico.

Este princípio estranho, mas fundamental, da mecânica quântica, sugere que “partículas interligadas quanticamente”, que tenham inicialmente interagido,  podem influenciar instantaneamente as propriedades uma da outra, independentemente da distância que as separa.

Este princípio permite, na prática, que a informação possa ser transmitida de forma virtualmente instantânea; em 2019, a Google demonstrou um computador quântico a resolver em segundos o que levaria milhares de anos aos supercomputadores clássicos.

O teletransporte quântico envolve a transferência do estado das partículas sem mover as próprias partículas. Os primeiros sucessos incluem o teletransporte de fotões por cientistas na década de 90.

Ora, talvez o maior passo já tenha sido dado em 2020 por cientistas norte-americanos, quando estes conseguiram teletransportar um eletrão, que é significativamente mais estável do que os fotões.

Estes desenvolvimentos sugerem que átomos inteiros, moléculas ou células potencialmente complexas poderão ser teletransportáveis no futuro, embora a replicação da complexidade do corpo humano continue a estar fora do alcance da tecnologia atual.

No entanto, o teletransporte de um ser humano não vem sem preocupações éticas substanciais. O teletransporte quântico transmite informação de partículas e não as próprias partículas, o que levanta questões filosóficas sobre a identidade, sublinha o El Confidencial.

O físico vencedor do Prémio Nobel John Clauser destaca este facto, argumentando que a desmontagem de uma pessoa átomo a átomo poderia levar à morte, apenas para que uma réplica surgisse noutro local, deixando-nos a pensar se o teletransportado é verdadeiramente a mesma pessoa.

Embora a ideia cative cientistas e entusiastas da saga Star Trek, são ainda necessários avanços significativos na computação quântica para tornar o teletransporte humano possível. No entanto, isso não demove os investigadores de continuarem a tentar.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.