Uma equipa de cientistas indianos criou “ouro negro” recorrendo às nanopartículas do material. Este pode ter aplicações em várias áreas, como recolha de energia solar e dessalinização da água do mar.
Apesar da alcunha idêntica, os cientistas não criaram um novo tipo de petróleo, mas sim um material revolucionário. Com uma mão de conhecimento em química, a equipa de cientistas do Tata Institute of Fundamental Research, em Mumbai, criou um novo material documentado no ano passado na revista científica Chemical Science.
Para o efeito, reorganizaram o tamanho e o espaçamento entre as nanopartículas do ouro, tornando este novo material capaz de absorver luz e dióxido de carbono. O material de cor preta — daí o nome “ouro negro” — poderá ter aplicações práticas na recolha de energia solar e na dessalinização de água do mar.
Para conseguirem obter o “ouro negro”, os cientistas não acrescentaram nenhum outro material à sua composição. A organização das nanopartículas do ouro permite que o material absorva luz de uma maneira muito eficiente. De acordo com o Tech Explorist, o “ouro negro” também pode atuar como um catalisador e converter dióxido de carbono em metano através da energia solar.
“Se desenvolvermos uma árvore artificial com folhas feitas de ouro negro, ela pode realizar fotossíntese artificial, capturar dióxido de carbono e convertê-lo em combustível e outros produtos químicos úteis”, explicou Vivek Polshettiwar, líder da equipa de investigação.
Para testar a sua capacidade de absorver luz, os cientistas espalharam o material em água exposta a luz solar durante uma hora. Ao analisarem a temperatura da solução repararam que esta atingiu entre 67 e 88 graus centígrados — mais de 30 graus do que a solução sem “ouro negro”.
Os resultados da equipa de investigação mostram que o material pode também ser usado na purificação de água do mar para água potável através da geração de vapor usando energia solar.
Do carvalho. Venha disso!