Cientistas admitem que, afinal, não trouxeram de volta o Lobo Gigante da Guerra dos Tronos

Colossal Biosciences

Romulus e Remus, os supostos “Lobos Gigantes” resgatados à extinção pela Colossal Biosciences

Apesar do alarido mediático, no início de abril, quando a Colossal Biosciences afirmou ter “desextinto” o Lobo Gigante, a empresa veio agora esclarecer que estes animais são apenas lobos cinzentos geneticamente modificados.

O ZAP já tinha alertado. O famoso Lobo Gigante da Guerra dos Tronos não está bem de volta…

No início de abril, foi amplamente noticiado que a biotecnológica Colossal Biosciences ressuscitou, pela primeira vez na história, uma espécie anteriormente extinta: o Lobo Gigante.

O anúncio da Colossal Biosciences foi acompanhado de um artigo de fundo na Time, que apresenta os três ‘lobinhos’ gigantes criados pela startup norte-americana, e faz a capa da edição de maio da revista.

No entanto, duvidou-se, desde início, que os temíveis lobos de “A Guerra dos Tronos” estivessem mesmo de volta.

A New Scientist, que o ZAP citou, foi um dos poucos meios de comunicação especializados a rejeitar a afirmação e alertou prontamente que, na realidade, os lobinhos recriados são apenas lobos cinzentos com edições genéticas que os aproximam dos Lobos Gigantes.

Agora, o cientista-chefe da Colossal Biosciences admitiu, à mesma revista, que esta espécie não foi verdadeiramente ressuscitada.

Beth Shapiro reconheceu que os animais são apenas lobos cinzentos modificados – uma desilusão para a ciência e para os fãs de Game os Thrones.

“Não é possível trazer de volta algo que seja idêntico a uma espécie que estava viva. Os nossos animais são lobos cinzentos com 20 edições que são clonados Coloquialmente, chamam-lhes Lobos Gigantes e isso deixou pessoas zangadas”, defendeu o cientista.

Fomos enganados?

Richard Grenyer, da Universidade de Oxford, acusou a Colossal de ter mudado de postura em relação ao que disse anteriormente.

“Existe uma grande incongruência entre o conteúdo da declaração e as ações e o material publicitário da empresa – incluindo o conteúdo normal do sítio Web, não apenas a conferência de imprensa sobre o lobo gigante”, afirmou.

“Estamos a usar o conceito de espécie morfológica e a dizer que se eles se parecem com este animal, então são o animal”, justificou a Colossal, a 7 de abril.

Mas, para Grenyer, isto está errado. O especialista de Oxford argumenta que o comunicado de imprensa da empresa, que anuncia o nascimento dos lobos geneticamente modificados, se refere a eles como “Lobos Gigantes”.

Os cientistas não trouxeram mesmo de volta o lobo gigante da extinção.

Colossal mantém o termo

Mesmo com este ‘banho’ de críticas, a empresa mantém-se fiel às suas ideias. “Mantemos a nossa decisão de nos referirmos a Romulus, Remus e Khaleesi coloquialmente como Lobos Gigantes”, afirmou a Colossal, no X.

Ainda assim, na sua entrevista mais recente à New Scientist, Shapiro afirma que a empresa deixou claro desde início que os animais são apenas lobos cinzentos geneticamente modificados.

“Nunca escondemos que era isso. As pessoas ficaram zangadas porque lhes chamámos lobos terríveis. Depois disseram-nos que são apenas lobos cinzentos com 20 edições. Mas a questão é que dissemos isso desde o início. São lobos cinzentos com 20 edições”, defendeu.

Miguel Esteves, ZAP //

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