O Sal de Cervia, também conhecido como “sal do Papa”, é-lhe entregue todos os anos em mãos. A tradição sofreu algumas interrupções até ter sido recuperada pelo Bispo Mario Marini, que serviu no Pontificado de João Paulo II, em 2003.
Oscar Turroni é salineiro, ou apanhador de sal, desde 1974. Trabalha numa salina na pequena cidade de Cervia, em Itália, cujo sistema de apanha de sal multi-camadas remonta aos tempos romanos.
O sal que Turroni e os seus companheiros colhem – o Sal de Cervia – é um dos mais puros e tem um sabor muito particular. Segundo o Atlas Obscura, a excelente qualidade e o sabor doce do sal fizeram dele um produto muito cobiçado, essencial para a cozinha local.
Juntamente com a geopolítica papal de longa data, também lhe valeu a honra de ser o sal do Papa, que lhe é entregue todos os anos em mãos.
Antigamente, sempre que os Estados papais assumiam o controlo de uma região, os cidadãos eram sujeitos a pesados impostos sobre o sal. Em 1540, como parte de um protesto popular contra o novo imposto, as regiões de Toscana e Perugia deixaram de colocar sal no pão.
Quando Cervia se tornou parte dos Estados Papais, o seu sal tornou-se “Il Sale dei Papi“.
Em 1444, o Cardeal Pietro Barbo ofereceu uma “flor de sal” ao Papa Eugene IV, seu tio, para lhe agradecer a sua nomeação como bispo de Cervia. Quando o próprio Cardeal Barbo se tornou Papa Paulo II, em 1464, ditou que Cervia continuaria a ser o fornecedor oficial de sal à mesa papal.
A tradição sofreu algumas interrupções até ter sido recuperada pelo Bispo Mario Marini, que serviu no Pontificado de João Paulo II, em 2003.
O Atlas Obscura salienta, no entanto, que mesmo que não seja o Papa, pode encontrar o Sal de Cervia à venda nas lojas da cidade e salpicado em menus em restaurantes que vão desde estabelecimentos de restauração fine-dining a pequenos restaurantes à beira-mar.