Chupa-chupa inteligente diagnostica cancro da boca

“Hidrogel inteligente” na guloseima poderá, no futuro, identificar células cancerígenas em apenas 10 minutos.

No Reino Unido, uma equipa de cientistas desenvolveu um novo método para o diagnóstico de cancro da boca: um chupa-chupa com sabor, capaz de detetar proteínas associadas à doença na saliva.

A ideia é facilitar o diagnóstico deste tipo de tumor, através de um procedimento não invasivo… e bastante saboroso.

No futuro, todos os exames com o chupa-chupa que diagnostica cancro da boca devem poder ser feitos em apenas 10 minutos, mas ainda há muito trabalho pela frente.

Um dos desafios é a enorme quantidade de proteínas presentes na saliva, o que dificulta a localização daquelas que são cancerígenas.

Como funciona o chupa-chupa que deteta cancro?

Na construção do chupa-chupa, os investigadores britânicos utilizam um tipo de “hidrogel inteligente”, composto por água (99%) e polímero (1%).

Nesta equação, os polímeros são essenciais, já que são eles que irão capturar as proteínas cancerígenas, biomarcadores da doença, como uma rede de pesca, na boca.

Posteriormente, as proteínas capturadas pelo chupa-chupa devem ser analisadas em laboratório, onde é possível confirmar — ou afastar — um caso precoce de cancro da boca.

“Os hidrogéis inteligentes têm um potencial realmente interessante para o diagnóstico do cancro da boca”, afirma Ruchi Gupta, investigadora da Universidade de Birmingham e uma das responsáveis pelo projeto, em comunicado.

Como diagnosticar o cancro da boca

Hoje, a equipa ainda trabalha numa prova de conceito do novo método de diagnóstico. Por enquanto, o hidrogel inteligente precisa de ficar até 12 horas mergulhado na amostra para captar as proteínas, algo inviável dentro do consultório médico.

Como explica Gupta, é necessário tornar o método de captura mais sensível antes de avançar para testes pré-clínicos e clínicos deste tipo de testagem. Enquanto isso não acontece, a melhor forma de diagnosticar o cancro da boca continua a ser as biópsias após endoscopias nasais.

Paralelamente, nos EUA, investigadores trabalham noutra pesquisa que beneficia do mesmo conceito do chupa-chupa. A ideia é usar a guloseima como um swab para coletar saliva em casos de infeções virais, por exemplo.

O que é o cancro da boca?

Vale explicar que, segundo o Instituto Nacional do Cancro (Inca), cancro da boca é uma expressão usada para tumores malignos que podem afetar os lábios, as gengivas, as bochechas, o céu da boca, a língua (principalmente as bordas) e toda a região por baixo da língua.

“O tabaco e o álcool são os principais fatores de risco para o cancro da boca”, diz o Instituto. “Outros fatores como a dieta pobre em frutas e vegetais, a infeção pelo vírus HPV e a exposição dos lábios ao sol sem proteção também aumentam o risco de cancro da boca”, acrescenta.

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.