O surto do coronavírus Covid-19 está “sob controlo”, depois de a atualização diária mostrar que 14 das 34 províncias e regiões autónomas do país não detetaram novos casos, anunciaram esta sexta-feira as autoridades chinesas.
O vice-diretor da Comissão de Saúde da China, Zeng Yixin, considerou que a “situação melhorou” a nível nacional, mas sublinhou que na província de Hubei, centro do surto, o número de mortes e novos casos diários ainda está “num nível alto” a deve ser levado “a sério”.
A Comissão de Saúde da China anunciou esta manhã que o número de mortos no continente chinês subiu para 2.236.
Hubei registou esta sexta-feira mais 115 mortes e 631 casos de infeção. No total, o número de infetados ultrapassou os 60.000, dos quais 2.144 morreram. As autoridades chinesas isolaram várias cidades da província para tentar controlar a epidemia, medida que abrange cerca de 60 milhões de pessoas.
“O controlo do surto alcançou conquistas significativas e a situação tende a melhorar”, disse Zeng, lembrando que o número diário de novos casos diários confirmados na China continental caiu de um máximo de 15.152, no dia 13 de fevereiro, para menos de 900, até à meia-noite de hoje.
No entanto, esse pico nos novos casos ocorreu num dia em que as autoridades chinesas alteraram a metodologia da contagem, passando a incluir “casos clinicamente diagnosticados”, sem exame laboratorial.
Na quinta-feira, as autoridades chinesas voltaram a alterar a metodologia da contagem de infetados com o coronavírus Covid-19 e passaram a contabilizar apenas pacientes sujeitos a exame laboratorial, uma decisão que se refletiu na descida acentuada no número de novos casos.
Em todo o país, com exceção de Hubei, o número de novos casos caíram de um pico de 890 para menos de 300, na quinta-feira, realçou Zeng. Em Wuhan, capital de Hubei, o número de novos casos diários confirmados passaram de um pico de 3.190 para menos de 400. O responsável notou ainda que o número de pacientes que superaram a doença na China cresceu significativamente nos últimos três dias e igualou o número de novos casos.
O número de províncias e regiões autónomas sem novos casos também continuou a aumentar e atingiu esta sexta-feira as 14, incluindo Tibete, Xinjiang ou Mongólia Interior.
Na mesma conferência de imprensa, o vice-ministro da Ciência e Tecnologia, Xu Nanping, disse que a primeira vacina contra o coronavírus deve estar pronta para testes clínicos no final de abril.
Xu destacou a recuperação de vários pacientes graças ao tratamento com plasma, que consiste na transferência de sangue de pessoas recuperadas para pacientes em estado grave. m“Aqueles que recuperaram podem desempenhar um papel extraordinário em ajudar os outros a recuperarem”, observou.
O coronavírus Covid-19 já infetou mais de 75.000 pessoas a nível mundial. Além dos mais de 2.200 mortos na China continental, morreram três pessoas no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, duas no Irão, uma nas Filipinas, uma em França, uma em Taiwan e uma na Coreia do Sul.
Sul-coreana pode ter infetado dezenas de pessoas
Na cidade de Daegu, na Coreia do Sul, foram detetados 38 novos casos de infetados pelo novo coronavírus e acredita-se que possam estar relacionados a uma sul-coreana infetada que participou em cerimónias religiosas de uma seita.
Segundo a BBC, a mulher suspeita de propagar o novo coronavírus só foi posta em quarentena uma semana depois de ter apresentado os primeiros sintomas, por se ter recusado a realizar testes, alegando que não tinha viajado para o estrangeiro.
O matutino adianta ainda que a sul-coreana assistiu a, pelo menos, quatro serviços religiosos da Igreja de Jesús Shincheonji antes de receber o diagnóstico. Por ter estado em contacto com tantos outros fiéis naquela igreja, acredita-se que a mulher possa ter infetado 38 pessoas.
As autoridades sanitárias da Coreia do Sul afirmam que este é um caso de “superpropagação”, mas ainda não apuraram quem foi a fonte da infeção ou como se propagou.
ZAP // Lusa
Coronavírus / Covid-19
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