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China suspende desportos radicais após a tragédia da maratona de Gansu

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A China suspendeu indefinidamente os eventos de desportos radicais, incluindo maratonas, corridas em trilha e ‘wingsuit’, em resposta à morte dos 21 atletas de que competiam numa prova de longa distância na província de Gansu, em maio.

Em 22 de maio, o granizo, a chuva gelada e os ventos fortes atingiram a corrida na Floresta de Pedra do Rio Amarelo, em Gansu, horas depois do início, quando muitos dos maratonistas estavam a cruzar uma parte remota dos 100 quilómetros da pista de montanha. Dos 172 competidores, 21 morreram e oito ficaram feridos. Dezenas de atletas abrigaram-se em cavernas, outros foram resgatados por residentes próximos.

Na quarta-feira, a Administração Geral do Desporto anunciou a suspensão por tempo indefinido de todos os “eventos desportivos de alto risco com responsabilidades de gestão pouco claras, regras imperfeitas e padrões de proteção de segurança pouco claros”, incluindo corridas de ‘cross-country’, ‘wingsuit’, maratonas e corridas no deserto.

“A Administração Geral do Desporto conduzirá uma revisão abrangente dos eventos desportivos, acelerará as melhorias do sistema de gestão, melhorará os padrões e regulamentos e fortalecerá de forma abrangente a gestão para garantir a segurança dos eventos desportivos”, sublinhou a entidade, citada pelo Guardian na quinta-feira.

O Governo ordenou ainda que as autoridades locais não realizassem eventos desportivos competitivos, a menos que necessário, e cancelassem quaisquer outros eventos de alto risco antes das comemorações do centenário do Partido Comunista Chinês, no próximo mês, a fim de garantir “um bom ambiente”.

Devido à tragédia de Gansu, várias maratonas e eventos de corrida foram adiados ou cancelados, com familiares das vítimas e sobreviventes a exigirem responsabilidades pelo que classificam como um “desastre causado pelo Homem”.

O Governo referiu que o incidente ocorreu “devido a mudanças repentinas no clima, causando a perda de vidas e uma lição carregada de profunda tristeza”.

Entre as preocupações levantadas sobre o desastre estão uma aparente falta de consciência da mudança do tempo, a falta de equipamentos para frio na lista de itens obrigatórios e a longa demora no cancelamento da corrida. Vários relatos apontaram para planos de contingência e de comunicação insuficientes.

Taísa Pagno //

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