China cria um novo supercomputador e ultrapassa os EUA

A China não entrou no ranking dos Top500 supercomputadores durante quatro anos para evitar as sanções dos EUA, mas os dados sugerem que continua a dominar o setor.

Cientistas chineses afirmam que o novo supercomputador chinês New Generation Sunway tem quatro vezes mais núcleos de processamento do que o americano — cada um deles capaz de mais de um trilião de operações por segundo.

De acordo com o ranking Top500, esta capacidade de processamento torna-o o computador mais rápido do mundo.

O jornal China Morning Post relata que uma investigação não confirmada — publicada por um membro do centro de investigação chinês Zhejiang Lab — mostra que o Sunway atingiu 4,4 exaflops, um número surpreendente, que ainda não foi oficialmente confirmado.

Esse número de núcleos e outros dados recentemente publicados parecem indicar que o supercomputador chinês ultrapassa o Frontier americano e os seus 1,6 triliões de operações por segundo, que atinge uma velocidade de 1.102 exaflops.

Segundo a apresentação na conferência ACM, a Nova Geração Sunway tem os mesmos nove petabytes de memória que o Frontier.

Os seus processadores, como foi mostrado na apresentação, estão organizados em 96.000 nós, capazes de comunicar a 23 petabytes por segundo.

O supercomputador também é capaz de executar uma nova inteligência artificial “a uma escala nunca antes vista”, tão sofisticada como o cérebro humano.

Durante a conferência, os chineses demonstraram o poder de processamento do Sunway com uma rede neural chamada ‘bagualu’.

A IA controla 174 triliões de parâmetros e os engenheiros admitem que seria impossível ter um desempenho aceitável noutros supercomputadores. Afirmam que um “desempenho decente” apenas funciona com o novo supercomputador.

Embora não conheçamos exatamente o poder de processamento oficial do Sunway, o domínio chinês no setor dos supercomputadores é inegável.

Embora não tenham submetido candidatos ao ranking Top500 desde 2018, os chineses continuam no topo da lista com 173 supercomputadores, em comparação aos 149 americanos. O Japão está em terceiro lugar com 32 supercomputadores e a Espanha está em último com um, empatada com cinco outros países.

De acordo com a Global Times, o país asiático decidiu não voltar a entrar no Top500 por receio de sanções dos Estados Unidos, em 2018.

“As empresas chinesas que se destacam na lista Top500 podem ser colocadas na lista negra dos Estados Unidos e enfrentar sanções”, relatou o jornal nacionalista chinês no final de maio, quando foi anunciada a primeira posição do Frontier.

Além disso o New Generation Sunway é apenas um dos três supercomputadores chineses, máquinas que podem processar mais de um trilião de operações por segundo. O Tianhe 3 é outra máquina que já ultrapassou essa capacidade no Centro Nacional de Supercomputação em Tianjin.

A terceira foi construída pela empresa de supercomputadores Sugon, uma das 12 empresas chinesas de supercomputadores presentes na lista negra, definida pelo governo dos Estados Unidos.

No entanto, não existem dados claros sobre estas duas máquinas, sendo que ambas foram criadas após o silêncio estabelecido pelas autoridades chinesas na sequência das sanções dos Estados Unidos em 2018.