“Cheira a Estado Novo”. PSD não fala sobre direitos da mulher (nem sobre Passos) no plenário

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Manuel de Almeida / LUSA

Pedro Passos Coelho, ladeado por Bagão Félix, no lançamento do livro “Identidade e Família – Entre a Consciência da Tradição e As Exigências da Modernidade”

PAN, PS, BE e PCP criticam ideias “bafientas e retrógradas” de livro apresentado pelo ex-primeiro-ministro.

O PAN anunciou esta quarta-feira um pacote de iniciativas para garantir os direitos da mulher, um debate no qual deputadas do PS, BE e PCP se juntaram nas críticas às ideias “bafientas e retrógradas” do livro apresentado por Passos Coelho.

A última declaração política do plenário foi da deputada única do PAN, que criticou as ideias “ultrapassadas e que deveriam ter ficado enterradas” do livro “Identidade e Família”, apresentado recentemente pelo ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

Segundo Inês de Sousa Real, este livro tem “uma agenda anti-progressista e com ideias bafientas”, representando um “manifesto misógino contra os direitos das mulheres”.

Considerando que “a mais peregrina ideia é o estatuto legal da dona de casa”, para Sousa Real “isto cheira a Estado Novo” e, não pondo em causa a liberdade de expressão dos autores, defendeu que o parlamento não pode passar ao lado destes retrocessos e anunciou para a próxima semana um pacote de iniciativas legislativas para “garantir os direitos da mulher”.

A meio da intervenção de Joana Mortágua, do BE — que manifestou preocupação com a intervenção do primeiro-ministro sobre o aborto — o presidente do parlamento teve que intervir.

Isto porque o deputado do Chega Marcus Santos gritou do seu lugar e sem estar no uso da palavra “deixem as mulheres nascer”.

“Contam com o BE porque tudo faremos para garantir que os direitos conquistados não são perdidos”, disse.

Pelo PS, Elza Pais condenou “uma agenda retrógrada e misógina” e recusou qualquer recuo nos direitos.

Paula Santos assegurou que as mulheres contam com o PCP “no combate a todas as formas de violência” e “às conceções retrógradas que devem ficar lá trás, no baú do esquecimento”.

Círculo de compensação

Já a IL fez a sua declaração política sobre a introdução de um círculo de compensação nacional nas legislativas, uma proposta que voltaram a apresentar nesta legislatura.

Rodrigo Saraiva apelou à coragem dos partidos para avançar com esta alteração para acabar “com os votos desperdiçados”, considerando que “é tempo de agir sem hesitações”.

No período de pedidos de esclarecimento, no qual o PSD não falou, foram reiterados muitos dos argumentos que tinham sido esgrimidos quando o projeto de lei da IL foi chumbado na reta final da anterior legislatura.

Pelo PS, Pedro Delgado Alves apontou que o círculo de compensação “não é um mantra que resolve todos os problemas” e mostrou “abertura para esse debate, com equilíbrio e tentando alcançar a proporcionalidade”.

Já Pedro Frazão disse que o Chega acompanha a proposta da IL, mas questionou se não seria mais correto alterar a Constituição para incluir este círculo.

PCP e BE convergiram na necessidade de resolver esta situação, mas alertaram para o problema de, com 30 deputados por este círculo propostos pela IL, os que já são mais pequenos correrem o risco de ficar ainda mais exíguos.

A declaração política do BE foi centrada no plano de urbanização previsto para a Quinta dos Ingleses (Cascais), que inclui a construção de vários empreendimentos, que o partido classificou como um “atentado ambiental”.

Fabian Figueiredo assinalou que Miguel Pinto Luz, antigo vice-presidente da Câmara de Cascais, é agora ministro das Infraestruturas e desafiou o Governo e o parlamento a tomar medidas para proteger este espaço.

Pelo PS, Miguel Costa Matos disse que este é “um projeto do PSD e do CDS, que governam a Câmara de Cascais”, ao qual os socialistas se opõem.

Por seu turno, Hugo Oliveira, do PSD, assinalou que “os problemas não se resolvem numa semana” e disse que o BE “quando esteve de braço dado com o PS não conseguiu” uma solução.

O Livre, pela líder parlamentar Inês Mendes Lopes, trouxe ao debate um estudo que dá conta que “quase 80% dos funcionários da Autoridade Tributária e Aduaneira estão exaustos e em ‘burnout’”, sendo a sobrecarga de trabalho e a falta de retorno na carreira e no salário as principais causas apontadas.

ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Ideias retrogadas…, ao que parece, aos olhos da Esquerdalha, a grande maioria dos Governos Mundiais tambem o sao!!!!, afinal de contas, e segundo a ONU, a grande maioria dos Paises com representacao na ONU nada fizeram no que toca a identidade de genero, parece que todos eles preferem ser “retrogados”…, com a Eutanasia foi a mesma FALSA “musica”, andaram a afirmar que Portugal esta sempre na cauda da Europa…, e como tal, Portugal tem de aprovar a Eutanasia, resultado, em todo o Mundo ha cerca de 6 Paises que aprovaram a Eutanasia!!!!!

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