Vem aí uma proposta: o estatuto da “mulher dona de casa”

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Para dar um rendimento a mulheres que cuidam dos filhos em casa. Homens não têm direito. Porque “há coisas que só as mulheres podem fazer”.

E se as mulheres portuguesas tivessem um estatuto oficial de dona de casa?

A ideia é do Movimento Acção Ética, o mesmo que escreveu o livro que Pedro Passos Coelho apresentou na segunda-feira passada: Identidade e Família – Entre a Consciência da Tradição e As Exigências da Modernidade.

A proposta de criar um estatuto legal e fiscal de “mulher dona de casa” passa essencialmente por ajudar mulheres que estão em casa a cuidar dos filhos – e que não têm um emprego (ou trabalham a tempo parcial) por causa disso.

Na prática, essas mulheres passariam a ter um rendimento mensal certo, mesmo não tendo ocupação profissional fora de casa. Para terem independência económica e proteção social na velhice.

Paulo Otero, um dos fundadores do movimento, afasta a possibilidade de esse estatuto se estender aos homens: “Há coisas que só as mulheres podem fazer. Há afetos que só a mãe pode dar, por mais presente que seja o pai”, justificou o jurista, no jornal Expresso.

A proposta vai ser apresentada em Maio.

A disciplina Cidadania e Desenvolvimento é outra prioridade do grupo. Porque, ao abordar assuntos como Direitos Humanos, Igualdade de Género, Educação Ambiental ou Sexualidade promovem estão a criar uma “contaminação ideológica da criança”, impondo o uma “ideologia de género” e uma “visão errada do mundo”.

Paulo Otero reforça que devem ser os pais a ter um papel central na definição dos conteúdos da disciplina.

O Movimento Acção Ética foi fundado em 2021. Paulo Otero e Bagão Félix são dois dos nomes da direita conservadora que fundaram o grupo.

ZAP //

11 Comments

  1. … já vem tarde! É um trabalho tão digno como qualquer outro, mas infelizmente muito difícil de avaliar de forma justa.
    Os problemas económicos que a grande maioria das donas de casa se deparam são imensos, e isso não mencionando as consequências emocionais….
    Um dos dramas comuns é que quanto mais fazem mais se acham inúteis por não poderem auxiliar financeiramente, Algumas tiveram de se despedir, muitas viram os seus contratos terminados quando engravidaram, enfim, são tantas as injustiças e imensos casos de frustração e depressão. E nem todas as mães tem a sorte de ter avós para cuidar dos filhos, muitas têm de cuidar dos filhos e dos avós destes.
    Mas conseguir separar o direito do abuso não será fácil, há donas de casa e “primadonnas” de casa, mas para isso é que os espertos são pagos, encontrem soluções.
    Que não seja só conversa.

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  2. Mas quê voltamos aos inícios seculo 20?? Em vez de avançarmos, de progredirmos andamos para trás???
    Isso é o que os homens querem para voltarem a ter poder sobre as mulheres, porque cada vez mais lhes são uma ameaça.
    E assim elas ficariam presas em casa a tratar da família.
    MACHISTAS. Não tem um pingo de decência, vergonha para vir com uma proposta destas.
    Com isto cada vez mais as mulheres não querem constituir família.

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  3. Luz, antes de dizeres asneiras informa-te, so fica em casa, quem quer, so recebe o subsidio, quem se candidatar, estou a ver que preferes pagar para alguem tomar conta dos teus filhos, do que seres paga para tomares conta deles, se assim e…, vai trabalhar.

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  4. Pedido discriminatório. Os homens são tão capazes de tomar conta dos filhos quanto as mulheres.
    Não é por isso que andamos a lutar.
    A questão nem é o subsidio, não me incomoda que quem não coloque as crianças no infantário que receba o equivalente por as ter em casa. Se é benéfico para a criança ou não, já é outro assunto.

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  5. “Há coisas que só as mulheres podem fazer. Há afectos que só a mãe pode dar, por mais presente que seja o pai”, há alguém que me pode explicar esta afirmação? Onde está aqui a igualdade de género? E isto dito por um homem, que possivelmente tem a mulher que lhe faz tudo… Hoje em dia há homens que fazem o mesmo que mulheres no que respeita a lidas da casa ou educação dos filhos…

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  6. Já vem tarde, e triste pois a mulher que também trabalha não deixa de cuidar dos filhos, embora ter emprego, deveria ser para todas mulheres, empregadas ou funcionárias ou não, continuam cuidar dos filhos, dentro ou fora de casa, é sempre preocupante quando uma mãe sai para trabalhar, seu coração não está descansado, há sempre tarefas, filhos por cuidar falar, orientar, a distância, já vem tarde mas só para algumas.

  7. Pena que estes homenzinhos tenham conhecido e convivido com mulherzinhas igualitárias, no seu diminuto tamanho.
    De tal forma têm vivido com a cabeça enterrada na areia, que lhes escapou, a eles e a elas, uma durissima realidade:
    Estão obsoletos/as, há muito tempo fora de prazo, e em vias de extinção acelerada.
    Adormeceram na forma, ficaram xéxés e ninguém os avisou. Agora, o tal subsídio, só se for para partilharem as fraldas com os bisnetos.

  8. Claramente é confundido trabalho doméstico ( independente do sexo) com maternidade, sendo que a paternidade vale zero na equação.
    O Passos Coelho escreve para quem?
    E, já agora, o que propõe para que os portugueses tenham igual proteção do Estado, divididos entre filhos legítimos (funcionários públicos) e filhos ilegítimos (os outros, aqueles que sustentam o país, o pai e os irmãos)?

  9. Mike, tens razao…, onde esta a igualdade de Genero quando os Tribunais, em caso de Divorcio, dao PREFERENCIALMENTE a guarda dos filhos as Maes, porque que sera que nao dao aos Pais??!!!!!, onde esta a igualdade de Genero, quando as mulheres nao limpam ruas, nao tratam dos jardins Publicos, nao andam na recolha do cartao, nao executam os trabalhos mais leves na Construcao Civil, e acima de tudo, nunca foram chamadas para o Servico Militar!!!!!, sabes que mais, qualquer mulher que execute um desses trabalhos, tal como acontece por esta Europa fora, ve de bom agrado esta proposta que ja foi aplicada em muitos Paises Europeus.

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  10. Parece-me bem. Só não percebo a cena dos homens não poderem ter acesso ao estatuto. Não é justo.
    E sim, tirem a ideologia de género das escolas, por favor!

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