“Identidade e Família”: Passos Coelho apresenta livro “anti-progressista”

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Fernando Veludo / Lusa

Pedro Passos Coelho apresenta, esta segunda-feira, em Lisboa, um livro escrito por 22 personalidades de direita conservadora – contra várias “iniciativas” que têm “lesado a instituição Família”.

O livro “Identidade e Família” – escrito por 22 autores conversadores – vai ser apresentado esta segunda-feira na Livraria Buchholz, em Lisboa.

A iniciativa surgiu por parte do Movimento Ação Ética (MAE) – coordenado por António Bagão Félix, Victor Gil, Pedro Afonso e Paulo Otero – e contou com a participação de várias personalidades de direita conservadora.

A apresentação está a cargo do antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho.

Como nomeia o Expresso, o livro “Identidade e Família” é uma espécie de “manifesto anti-progressista”.

De acordo com o semanário, os autores insurgem-se contra várias “iniciativas” que têm “lesado a instituição familiar” – dando, como exemplos, a eutanásia, o aborto, a ideologia de género, ou o casamento entre homossexuais.

“Não podemos desvalorizar os adversários da família, umas vezes mais à luz do dia, outras vezes de um modo mais subtil e larvar, mas nem por isso menos dissolvente”, pode ler-se na introdução, a propósito da ideologia de género.

Continuando a incidir no tópico suprarreferido, os autores descrevem-no como um “comprometedor do desenvolvimento humano”.

“Sem qualquer base científica, esta ideologia defende que o género é construído apenas pela identidade psicológica de género do indivíduo, negando ou relativizando totalmente a identidade biológica. (…) Estamos perante um movimento ideológico com impacto na família, na educação, na socialização, na comunicação. A ideologia de género não é promotora da liberdade ou acolhedora da diferença”.

A um certo ponto Pedro Afonso chega mesmo a associar a ideologia de género a “várias patologias psiquiátricas” – como cita o jornal.

Por seu turno, João César da Neves, um dos autores do livro, demonstrou ceticismo quanto às reivindicações das mulheres para a igualdade.

O economista da Universidade Católica de Lisboa questionou o facto de a Mulher ter sido, em algum momento, verdadeiramente oprimida e desprezada, argumentando que existiu sempre em maior número e nunca se queixava.

“Esta convicção é estranha por duas razões. A primeira é que as mulheres sempre foram a maioria da população, o que torna insólito que sejam dominadas pela minoria masculina. O segundo motivo é que essas senhoras, alegadamente tiranizadas, nunca se queixavam ou manifestavam o seu desagrado”.

Em entrevista à TSF, António Bagão Félix critica o “individualismo excessivo”, que está a pôr em causa a coesão e as bases familiares.

“A família é um bem público. A família, na hipertrofia em que vivemos, é quase sempre sacrificada. No Estado, a família é vista como um sujeito pagador de impostos. No marketing, é vista como uma entidade de consumo. No espetáculo mediático, o que é notícia não é o sucesso da família, mas o seu fracasso”, expõe o antigo ministro das Finanças (2004-2005) e do Trabalho (2002-2004).

Apesar dos muitos temas atuais – e em debate no plenário – que o livro aborda, Bagão Félix rejeita ligações com o momento político atual: “A análise que se quer fazer do livro não é uma análise do momento político, nem de uma perspetiva política, mas sim de uma perspetiva alargada e abrangente“.

Miguel Esteves, ZAP //

12 Comments

  1. Finalmente alguém escreve o necessário para travar a paranoia Gramsciana em que os media nos lançaram.
    Espero que o marketing dos media alerte as Administrações para o risco financeiro de alienar o interesse de todos e a opinião de uma “maioria silenciosa” que já começou a falar e não parará mais de se exprimir, seja na escrita, nas entrevistas e nos votos eleitorais.

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  2. Jose Almeida, “moralistas retrogrados”!!!!!, segundo a ONU, a grande maioria dos Paises, representados na ONU estao a marimbar-se para a Idiologia de Genero, se julgas que o Mundo gira a volta da tua Idiologia, desengana-te, pois em Democracia a maioria dita as regras.

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  3. Eu diria que este livro é um apelo ao bom-senso e uma tentativa de salvaguardar os valores essenciais de família tradicional e da sanidade mental em geral. As ideologias ligadas ao “pessoal do alfabeto” não têm trazido nada de bom à sociedade… Inversão de papéis entre homem e mulher (com a falácia de existirem um número infinito de géneros, o que quer dizer que eu posso identificar-me como uma mulher de origem africana ou um unicórnio?!), famílias destruturadas, feminismo sem nexo (tóxico, até), filhos sem figuras paternais, pessoas trans-qualquer-coisa, identidades sem nexo a usarem o WC que lhes der na gana, homens biológicos a competirem em competições femininas e castração de menores é que é um atentado ao progresso do intelecto! Minar a mente de crianças (1º ciclo???) ao lhes dizer que podem ser o que “sentirem” (uma anémona, p. ex.) é ALTAMENTE perigoso! A puberdade é uma altura crítica e de muita confusão, mas não se deveria permitir que este tipo de agenda fosse forçada em lado algum! Inclusão é uma coisa, forçar mais de 99% da população a ter de compactuar com a ilusão de uma minúscula percentagem é aberrante! Pergunto a quem é apologista destas “modas”: o que é uma mulher? Não, não é uma pessoa que se sinta mulher… É alguém que nasceu com órgãos sexuais femininos (seios e vagina), tem menstruação e tem capacidade de engravidar! WOKENESS!!!!!!!!!!!!

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  4. Como refere o artigo, um livro anti-progressita. Ou seja, que nao progride. Gente com pouca experiencia de vida que vive em casulos. Nasceram com os pais na égide católica e nao se conseguem libertar. Muitos deles sao gente fustrada, nal amada. Basta ver a cara deles na TV. Alguns sao inclusive gays. Basta ver alguns lideres europeis de extrema direita que descobriu se serem gays. Quanto mais vejo pessoas anti gay mais me convenco que sao gays reprimidos. É obvio que em tempos de liberdade de expressao ha sempre algum exagero qie nao representa o todo. Viva o progresso. Viva o direito das mulheres a igualdade, viva a eutanásua, viva o casamemto entre pessoas que se amam.

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  5. Esta gente da direita é toda conservadora e pipi. Engraçado que são conservadores nos costumes mas liberais a economia! Dão de mamar ao grande capital. É um grande contracenado! É o que temos. gente apoucada e que quer decidir pelos outros, que só querem ser livres!

  6. Tanto material de luxo para o RAP fazer o “isto é gozar”…
    Os tempos estão sempre a mudar. Como os ventos. A democracia também pode ser soprada? Pelos próprios democratas?
    Ui! Esperemos que seja apenas um suicídio político em massa.

  7. Subscrevo na íntegra o comentário de ” Cromossoma XY “. É um texto muito bem estruturado e é a realidade.
    A História é feita de ciclos e esta é uma época de desiquilibrio económico-social, mental, físico.
    E sim, é na e com a Familia que se encontra a estrutura, as raízes.

    Editar – 

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