Chega quer proibir o uso de roupas que cubram o rosto

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António Cotrim / LUSA

O Chega quer proibir a utilização, em espaços públicos, de todo o vestuário que cubra o rosto e escondam a identidade – incluindo por razões religiosas.

Através do projeto de lei que deu entrada esta quinta-feira na Assembleia da República, o Chega quer proibir “a utilização, em espaços públicos, de roupas destinadas a ocultar ou a obstaculizar a exibição do rosto”.

Além disso, o Chega propõe que seja “proibido forçar alguém a ocultar o rosto por motivos de género ou religião”.

O partido quer também que esta proibição se estenda a “eventos ou práticas desportivas e manifestações”.

O Chega propõe sanções para quem não cumprir estas disposições, coimas entre 200 e 2000 euros “em caso de negligência”, valores que duplicam “em caso de dolo”.

Para quem force alguém a esconder o rosto “por ameaça, violência, constrangimento, abuso de autoridade ou abuso de poder, por causa do seu sexo”, o Chega quer que seja punido nos termos do artigo 154.º do Código Penal, relativo à ofensa à integridade física qualificada.

Mas haveria exceções

A proposta do partido liderado por André Ventura exclui aviões, instalações diplomáticas e consulares, e ainda locais de culto ou outros locais sagrados.

No diploma admitem-se outras exceções, nomeadamente “por razões de saúde ou motivos profissionais, artísticos e de entretenimento ou publicidade“, ou “por motivos relacionados com a segurança ou devido às condições climáticas ou sempre que tal decorra de disposição legal que o permita”.

Chega contra símbolos religiosos em espaços públicos

Na exposição de motivos, o Chega assinala que o Estado português é laico e defende que não existem motivos para ser permitida “a exibição de símbolos religiosos em instituições públicas, como escolas não religiosas, hospitais, transportes públicos e demais locais regidos ou pertencentes ao Estado”.

No projeto de lei, que tem como primeiro signatário o líder do partido, o Chega refere que em França já proíbe a utilização de véu integral em espaços públicos e assinala que o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos considerou esta medida legítima.

O partido de extrema-direita defende também que a segurança “é um direito de todos os cidadãos que se encontrem em território nacional, independentemente da origem, incumbindo ao Estado o dever de assegurar tal prerrogativa”.

O Chega cita a lei francesa, referindo que “esconder o rosto é violar os requisitos mínimos da vida em sociedade”, e considera que tapar o rosto “sujeita as pessoas em questão a situações de exclusão e inferioridade incompatível com os princípios de liberdade, igualdade e dignidade humana”.

“Em Portugal, o respeito pela dignidade das mulheres é – por aqueles que frequentemente o invocam – frequentemente obliterado”, salienta o partido

“E, bem assim, pretendendo caminhar em sentido diverso de quem reiteradamente se arroga a tal princípio em vão, sempre importará a adoção de medidas não só abstrata e objetivamente tendentes à proteção e garantias de segurança dos cidadãos que se encontram no território nacional, como específica e individualmente direcionadas à prossecução dos princípios da dignidade e respeito pelas mulheres que devem nortear qualquer estado de direito“, acrescenta.

ZAP // Lusa

12 Comments

  1. O Partido Chega é uma fraude, não se insurgiu contra a imposição do uso de acessórios faciais como máscaras e viseiras.

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  2. 60 palhaços de um circo que não têm mais nada em que pensar ou fazer do que proibir roupas que cubram a face… e a seguir também vão querer proibir as mini saias e decotes? Triste milhão de carneiros acéfalos

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    • Quem vai proibir as mini saias e os decotes, vão ser aqueles que você apoia, os islâmicos, daqui a uns anos quando tomarem o poder

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  3. Deixem se de tretas, se forem aos países islâmicos têm de cumprir os custumes e tradiçoes islamicas.
    Quem não esta bem que se mude.

  4. Deixem se de tretas, se forem aos países islâmicos têm de cumprir os costumes e tradições islâmicas.
    Quem não esta bem que se mude.

  5. Não simpatizo com o chega e nem me vejo alguma vez a votar neste partido. Mas temos de concordar com esta medida que já vem tarde. Na Turquia (sob Atatürk) proibiu o uso do véu em instituições públicas por décadas (essa proibição caiu nos anos 2000 foi com um retrocesso). Na Tunísia e com uma tradição laica forte e políticas que já restringiram o uso do niqab em escolas e repartições públicas. Temos outros países muçulmanos como Marrocos, Jordânia, Egito onde já não é obrigatório. Só nos países muçulmanos mais atrasados, e nós ao concordarmos estamos a compactuar com estes países, começamos a concordar com países como o Afeganistão, só por curiosidade vejam as fotos das mulheres no Afeganistão nos anos 60 e 70.

  6. Quando não há nenhum problema há que o inventar. Estes direitolas têm demasiado tempo livre nas mãos, são 60 no parlamento a coçar a micose.

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  7. desde que sejam claros em deixar de fora máscaras médicas, capacetes máscaras e lenços de protecção para motociclistas, e coisas similares, concordo plenamente… se bem que deveria ser independente do género. Não discriminar entre homens e mulheres é conferir igualdade a todos!

  8. o CHEGA perde muitos Votos com essa Manai da Ditadura dos Decretos, na mesma linha que os restantes marxistas do PSD ao BE.
    Eu congratulo-me com a proibiö#ao dos Veus e de todo o tipo de encobrimento da face, dos islamismos a mimparece-me Espiritos Negros, ou Manchas Negras.
    Não aprovo a questão dos Simbolos Catilos ou Religiosos, não fazem mal a ninguem, incomoda somente o Diabo e os seus Servos. Deixem a “Liberdade” a cada um de decidir o que fazer.
    O CHEGA tem de rever essas posições do Autoritarismo do Decreto, distanciem-se, marquem a diferença em relação aos outros amigos da Tirania do Decreto para BLOQUEAR isto e aquilo, aquele e aquele outro.

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