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Maior descoberta em meio século: cetamina pode tratar depressão

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Os investigadores estão a falar do uso de cetamina para o tratamento da depressão como a “maior descoberta dos últimos 50 anos”.

Embora a cetamina seja popularmente conhecida como uma droga usada em festas, os cientistas descobriram agora que pode ser utilizada para tratar rapidamente a depressão.

“Imagine que sai da sala de emergência com uma dor muito forte no pulmão, uma dor tão forte que mal consegue pensar. E o médico diz aqui está um remédio que temos usado há 30 anos, funciona em 50-60% dos casos e deve começar a fazer efeito em 4-6 semanas. Isso é o melhor que podemos fazer”, diz Cristina Cusin, psiquiatra e professora assistente da Universidade de Harvard.

A observação de Cusin refere-se aos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (SSRI), uma classe de drogas antidepressivas tipicamente usadas para tratar depressão e transtornos de ansiedade. Os SSRI demoram várias semanas para se tornarem efetivos.

Cusin analisou cerca de 40 estudos existentes sobre cetamina com imagens cerebrais  publicou as suas conclusões na Harvard Review of Psychiatry deste mês.

Os resultados do estudo revelaram que aqueles pacientes deprimidos que são administrados com cetamina em ambientes clínicos cuidadosamente controlados sofrem mudanças positivas no cérebro, particularmente em áreas que regulam a emoção.

Em dezembro de 2017, investigadores que trabalhavam com pacientes deprimidos e suicidas na Universidade de Columbia observaram que o uso clínico de cetamina reduziu os pensamentos suicidas muito mais do que um sedativo usado regularmente.

Na verdade, os estados de espírito da maioria dos pacientes melhoraram em menos de 24 horas após serem prescritos com cetamina em situações controladas. A publicação de Cusin sugere que esta droga tem “muito potencial”.

A cetamina é uma medicação utilizada principalmente para induzir e manter a anestesia. A substância induz o paciente num estado de transe, proporcionando alívio da dor, sedação e perda de memória.

Outros usos incluem alívio de dor crónica e sedação nos cuidados intensivos. A função cardíaca, a respiração e reflexos das vias respiratórias, geralmente, permanecem em funcionamento.

Os efeitos normalmente têm início dentro de cinco minutos quando administrado por injeção e os principais efeitos analgésicos duram até 25 minutos.

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