Projecto luso inova em algo essencial numa bebida: o sabor. Foi aplicada uma abordagem inédita.
Quando se pensava que não se podia mexer mais numa cerveja sem álcool, afinal pode-se. Como se pode mexer sempre, em praticamente tudo.
Há cada vez mais pessoas a beber cerveja sem álcool. Ou, pelo menos, a querer experimentar.
Problema: convencer esses consumidores. Porque o sabor e o cheiro não são os da cerveja “antiga”.
Foi por aí que seguiram os cientistas do Centro de Engenharia Biológica da Universidade do Minho em parceria com o Super Bock Group e com a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP).
Os especialistas portugueses procuraram uma receita (formulação) que possa adicionar valor ao mercado da cerveja sem álcool – ou com pouco álcool.
A ideia era criar cerveja através de processos biológicos e que fossem de encontro aos hábitos dos consumidores: o aroma e o gosto tinham que atrair, que convencer.
Foram utilizadas leveduras não convencionais, que provêm de cerveja, mosto vínico ou até de solos, em conjugação com um processo inovador de fermentação em contínuo.
Assim, os cientistas portugueses criaram um protótipo de formulação que, ainda que tenha de ser optimizado e testado junto de consumidores, apresenta características que correspondem às exigências do mercado: uma cerveja com pouco álcool, mas semelhante às que têm um teor alcoólico mais elevado.
O protótipo de produto poderá originar uma cerveja sem álcool que possui um paladar e aroma atractivos para os consumidores convencionais de cerveja.
Uma abordagem inédita da FCUP permitiu utilizar uma abordagem in vitro completa e realista e que permitiu evidenciar as melhores leveduras para a produção de cerveja sem álcool.
Este método inédito tornou o processo fermentativo mais rápido, além de diminuir o espaço utilizado para o fabrico e aumentar a produtividade.