Com 30 anos de história como deputado no Parlamento, o social-democrata Duarte Pacheco considera que é muito mais fácil lidar com o actual ministro das Finanças, João Leão, considerando que o seu antecessor, Mário Centeno, era “arrogante”.
Com João Leão “a relação melhorou por uma razão muito simples: podemos defender aquilo em que acreditámos sem arrogância na lógica de acharmos que somos o supra sumo da barbatana e os outros são todos uns ignorantes”, relata Duarte Pacheco em entrevista ao Eco.
“Sentimos que esse era muitas vezes o pensamento do doutor Mário Centeno. Isso provocava atrito porque nenhum de nós é o supra sumo da barbatana e todos temos de ter a humildade de pensar sempre que há argumentos tão válidos como os nossos que devem ser analisados”, acrescenta o deputado do PSD.
“Muitas vezes o doutor Mário Centeno, nos debates, entrava como se entrasse para um campo de boxe na lógica de vir aqui para sair como um vencedor, dizendo coisas que ele sabia que muitas vezes não eram verdade”, sustenta ainda Duarte Pacheco.
Já “o actual ministro das Finanças mostrou uma postura muito mais construtiva ao nível do Parlamento”, considera ainda.
Fazendo a comparação entre Rui Rio e Passos Coelho como lideres do PSD, Duarte Pacheco aponta que “são dois estilos completamente diferentes”.
Mas no caso do actual presidente, o deputado refere que compreende a estratégia menos intervencionista. “Se falar todos os dias, as pessoas deixam de dar atenção ao que estou a dizer. Portanto, vale mais falar quando entendo que há algo realmente importante”, acredita.
Duarte Pacheco também diz que o facto de apoiar uma proposta “boa, independentemente de onde vier”, “reforça a sua credibilidade”.
“Se nos dividirmos todos, se os laranjas só votarem no que é laranja, se o outro que é verde só votar no que é verde, etc, o PS vai passando entre os pingos da chuva“, analisa.
Por isso, o PSD está no combate “para defender o que é melhor para o país“. “Se é melhor para o país fazer entendimentos com quem quer que seja para aprovar uma determinada medida, aprovámos essa medida”, vaticina.
Na antecipação das eleições autárquicas, Duarte Pacheco constata que “pode haver entendimentos com todos os partidos da área política [do PSD] e mesmo não sendo alguns da [sua] área política, com a exclusão do partido Chega se mantiver as mesmas posições radicais em muitas áreas completamente fundamentais”.
Duarte Pacheco também assume que, caso da recuperação da economia o permita, o PSD estará disposto para apoiar um eventual aumento do salário mínimo nacional em meados de 2021.
Já quanto à sua inclusão na lista de candidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Benfica, ponto onde assume a discordância com Rui Rio, Duarte Pacheco defende a escolha pessoal de cada um.
“Deixem-nos ser nós próprios. Se a pessoa gosta de futebol, gosta de futebol”, salienta. “Não fiquei a apreciar mais a gestão do António Costa ou do Mário Centeno na pasta das Finanças por serem benfiquistas”, argumenta ainda.
Duarte Pacheco nota que acredita no “projecto [de Vieira] para o Benfica”. “Se ali ao lado fez uma gestão incorrecta de património que levou a perdas e que tenha de ser responsabilizado por isso, então que a justiça actue. Uma coisa não tem nada a ver com a outra”, defende.
“Se ele deve ao Novo Banco tem de pagar”, acrescenta, frisando, contudo, que é preciso “separar as coisas”.
Bom seria que este Pacheco nos mostrasse o que fez em 30 anos de deputado!…
.
Sobre o Vieira do Benfica:
“Se ele deve ao Novo Banco tem de pagar”
Hahahahaaa…
Porquen o ZAP me corta os comentários? Ou tenho de comentar ao gosto do ZAP.
Caro leitor,
Se quiséssemos responder-lhe usando a linguagem que usa na maior parte dos seus comentários, diríamos, usando frases suas que usa muito frequentemente, que “devia ter vergonha na [termo que não queremos repetir] da cara” em vir aqui fazer a [outro termo que não queremos repetir] de comentários que faz, e ainda vir perguntar porque lhe cortam os comentários.
Mas como não queremos, aqui fica: não, não tem que comentar ao gosto do ZAP, apenas tem que o fazer de forma educada.
Ou então, pode fazer o que lhe apetece, mas depois “tenha vergonha na tal [termo que gosta de usar] da cara” e não venha aqui queixar-se de que os seus comentários de [outra palavra que adora] foram banidos.