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Centenas participaram em manifestação do Chega. “Obrigado por não me terem deixado caminhar sozinho”

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Miguel A. Lopes / Lusa

Centenas de pessoas participaram este sábado, em Lisboa, numa manifestação promovida pelo Chega para mostrar que não há racismo em Portugal e para apoiar as forças de segurança.

O desfile, que se iniciou por volta das 14h30, no Marquês de Pombal, começou com um louvor do presidente do Chega, André Ventura, às polícias portuguesas em que destacou “Polícia bom é Polícia vivo”. A abrir a manifestação estava a faixa “Portugal não é racista” e atrás dela André Ventura ao lado da atriz Maria Vieira.

A meio do percurso, André Ventura disse que “acabou o tempo da impunidade e que está na hora dos socialistas irem embora”. “Viva as nossas polícias, os nossos professores, os nossos profissionais de saúde, os nossos motoristas de transportes e os nossos empresários”, declarou.

A manifestação foi convocada com o objectivo de contrariar a ideia de que “Portugal é um país racista e de que existe na sociedade um problema de racismo estrutural”.

“Nós, portugueses, orgulhosos do nosso país e da nossa história – com todos os seus defeitos e qualidades; nós, portugueses, que não somos racistas e que defendemos a sociedade multicultural com todos os seus direitos e deveres, temos de sair à rua e mostrar que recusamos todos os epítetos pejorativos que nos querem colar”, lê-se numa carta enviada por Ventura a Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, e Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna.

“Este movimento nacional já não vai parar”

André Ventura prometeu voltar em breve à rua, substituindo a “direita tradicional” no combate ao domínio da esquerda, contra os “políticos elitistas” e contra “as minorias que não querem fazer nada”.

As posições foram assumidas no final de uma manifestação do Chega, que durou cerca de uma hora, entre o Marquês de Pombal e o Terreiro do Paço, num discurso em criticou a “direita tradicional que tem medo de sair à sua” e em que citou por várias vezes o antigo primeiro-ministro e fundador do PPD, Francisco Sá Carneiro.

“O tempo do domínio da esquerda em Portugal, se não acabou, está a acabar. Por muitas ameaças que me façam, este movimento nacional já não vai parar, nem se vai vergar”, declarou o deputado do Chega logo a abrir o seu discurso.

Perante os seus apoiantes, Ventura citou por várias vezes Sá Carneiro, designadamente quando recorreu ao lema “hoje somos muitos, amanhã seremos milhões”, mas também quando afirmou que, desde que morreu o antigo líder dos governos da Aliança Democrática (AD), “Portugal nunca mais teve um político que defendesse os portugueses”.

“Por muitos que nos queiram diminuir ou humilhar, nunca caminharemos sozinhos“, disse, já depois de ter criticado os presidentes do PSD, Rui Rio, e do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos. “Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos demarcaram-se desta manifestação, mas os portugueses vão demarcar-se deles. Há sondagens que dizem que vamos ser o terceiro partido”, apontou.

Em relação ao PSD e ao CDS, André Ventura deixou mesmo um aviso: “Para essa direita que recusa sair à rua, que tem medo do confronto, digo, esse tempo acabou. Agora é tempo de lutar por este país, que está vergado e humilhado”.

A questão das “minorias” foi outro dos temas mencionados pelo deputado do Chega, dizendo que o seu partido “representa o povo comum, o povo português que trabalha, que paga impostos e que rejeita ser extremista”.

Mas o povo comum rejeita sustentar minorias. Minorias que querem continuar a não fazer nada”, considerou, antes de elogiar em contraponto as polícias, os professores, os profissionais de saúde, os motoristas de transportes públicos e os empresários.

Na sua intervenção, o deputado do Chega deixou ainda críticas a jornalistas, dizendo que logo à noite “vão dizer que estavam poucas pessoas na manifestação e que havia um conjunto de pessoas falsas”.

“Vão dizer que é um conjunto de perfis falsos criados por mim antes de sair de casa e vão dizer que vieram do estrangeiro para aqui. Mas nós não somos como o PS”, afirmou André Ventura, antes de visar o Bloco de Esquerda – um momento que motivou logo uma prolongada vaia por parte dos seus apoiantes.

“Nós, Chega, não somos como o Bloco de Esquerda. Felizmente, esses estão a desaparecer e não vale a pena falar muito neles”, acrescentou.

ZAP // Lusa

12 Comments

  1. A manifestação mais idiota da história de Portugal! Afinal manifestaram-se bem juntinhos nas ruas nesta altura porque não há nada de errado com os portugueses?
    Então serve para quê? Para dizer qualquer coisa na televisão, só se for.. Enfim, sacaram-no do poleiro da TV agora tem que organizar estás parvoíces para chamar a atenção sobre si. E o estado a pagar-lhe o ordenado!

  2. Portugal não é racista? Até entre nós somos racistas: O Sul a criticar o Norte e vice-versa! Veja o caso dos comentários da TVI sobre a origem dos casos de Covid 19 no norte (aliás, que foi um tiro no pé). Portugal é racista, só Ventura e Rio é que não sabem!

  3. A crescente popularidade de Ventura é o resultado do que fizeram os principais partidos estes anos todos desde o 25 de Abril. Entre corrupção e oportunismo pessoal mais não souberam fazer.
    Marcelo incluído pois colabora com os principais partidos pois é igual a eles.
    Ventura tem uma auto estrada pela frente e irá longe pois os poucos portugueses que ainda votam estão saturados cada vez mais e muitos deles começam a preferir arriscar em Ventura do que em continuar tudo na mesma. Têm a sua razão, é compreensível.

    • É verdade, o Ventura é uma Aventura para a frente, uma verdadeira autoestrada.. mas para um precipício! É para cair e para cair com estrondo! Boa sorte na vassalagem a esse oportunista populista, grosseiro e nazi! Os seus valores são para meia dúzia deles à sua volta. Não para o benefício de um país.

  4. FOTO: a propósito da foto. Por entre centenas de fotos, escolheram aquela que mais parecia uma saudação fascista. Pois bem, há fotos da Merkel, do Costa, do Marcelo e até do Tino com semelhante postura, que nunca destacam, e que nada tem a ver com fascismo. Só mostra o lamentável enviesamento jornalístico contra a direita. E claro que muitos patetas, como se vê aqui, caíram na mentira, e devem estar convencidos que o Sr. Ventura marcou a marcha repleta de saudações nazis. Alguém que quer tratamento igual para todas as raças e credos não pode ser racista ou fascista, ao contrário daqueles que devem pensar que uns são mais fracos, mais burros ou coitadinhos que precisam de ajudas e todas as abébias para passarem pelas suas pobres vidas. Se somos todos iguais, e eu acredito que sim, devemos ter todos os mesmos direitos e deveres. Na verdade, somos todos oprimidos, e a vida custa a todos. Estar a desculpar uns, porque são coitadinhos, oprimidos pela sociedade e convencê-los de que são vítimas, não ajuda nada à sua autodeterminação, e só alimenta as tensões raciais. É esta a agenda da esquerda, para ganhar votos e se entitularem de virtuosos morais do alto do seu pedestal, para ganharem poder, político e de autoridade moral. Mas é caricato que quem defende esta posição, é o racista. O Chega é o único partido que de facto quer a união dos portugueses. Força Ventura. Força Portugal. E força portugueses de bem, de todas as cores e feitios.

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