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CDU diz adeus a liderança feminina com incerteza sobre o substituto de Merkel

dullhunk / Flickr

A chanceler alemã, Angela Merkel

A União Democrata-Cristã (CDU), partido da chanceler alemã, Angela Merkel, escolhe este sábado o sucessor de Annegret Kramp-Karrenbauer na liderança do partido, com três candidatos na corrida e ainda muitas dúvidas sobre quem sairá vencedor.

Na sexta-feira, primeiro dos dois dias do congresso, Angela Merkel apelou à unidade e deixou entender que prefere um candidato moderado para a liderança da CDU, como Armin Laschet, defendendo que a força política conservadora alemã deve manter-se ao centro, numa altura em que se crê também na possibilidade de o partido virar à direita, com Friederich Merz.

Espera-se que os 1.001 delegados ao congresso, adiado várias vezes devido à pandemia de covid-19, possam eleger entre Laschet, Merz, um liberal favorável a uma viragem à direita, e Nornert Rottgen, um outsider especialista em política externa.

Se nenhum dos três conseguir maioria na primeira volta, os dois mais votados terão de enfrentar uma segunda. Do mais conservador, ao candidato da continuidade, a experiência política parece marcar a grande diferença entre os três candidatos à liderança da CDU.

Trata-se de um congresso em que tudo ainda permanece em aberto, apesar de os delegados parecerem preferir o caminho da continuidade, depois de Merkel deixar a liderança do Governo com um confortável primeiro lugar nas intenções de voto (36%).

As eleições legislativas estão marcadas para 26 de setembro, mas o congresso da CDU, que dita a abertura do ano político na Alemanha, é um passo decisivo para o partido conservador.

Friedrich Merz, advogado e empresário de 65 anos, é apontado como o favorito do eleitorado da CDU, reunindo 29% das intenções de voto, mas não necessariamente dos delegados do partido.

Este milionário, é adversário político de Angela Merkel desde 1990, e esteve na corrida para a presidência do partido conservador em 2018, perdendo por pouco para Kramp-Karrenbauer.

Armin Laschet é, desde 2017, líder do governo regional da Renânia do Norte-Vestefália, o segundo maior e mais populoso estado federado alemão, anteriormente governado pelo Partido Social Democrata (SPD).

Antigo jornalista de rádio, membro da CDU desde os 18 anos, começou a trabalhar na política como assessor da ex-presidente do Bundestag (parlamento alemão), Rita Süssmuth, antes de se tornar o elemento mais jovem do conselho municipal de Aachen, em 1989.

Apoiante de Merkel e considerado um verdadeiro centrista, a avaliação da sua atuação durante a atual crise de saúde não lhe tem sido favorável. Entre os eleitores gerais consegue 18% dos votos nas sondagens, e 25% entre os eleitores da CDU.

Norbert Röttgen foi o primeiro a apresentar-se como candidato, depois da demissão de Kramp-Karrenbauer. É advogado, deputado e ex-ministro do Meio Ambiente, Conservação da Natureza e Segurança Nuclear no governo de Merkel de 2009 a 2012.

Foi afastado pela própria chanceler, depois de ter um dos piores resultados da história do partido nas votações para o governo regional da Renânia do Norte-Vestefália. Membro do Bundestag [parlamento] desde 1994, conseguiu refazer a sua imagem como perito em político externa.

Apesar de ser possivelmente o candidato menos conhecido dos alemães, conseguiu aumentar a sua popularidade e tem, de acordo com as últimas sondagens, 22% dos votos entre os eleitores gerais, e 25% entre os eleitores da CDU.

ZAP // Lusa

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