O CDS-PP abre esta quinta-feira o debate quinzenal com o primeiro-ministro, António Costa, na Assembleia da República, o primeiro depois de o país passar do estado de emergência para situação de calamidade devido à pandemia de covid-19.
E a exemplo do que tem acontecido nestes debates quinzenais na Assembleia da República desde o início do surto epidémico, em março, quando morreu o primeiro doente, as medidas para fazer face à crise voltarão a ser tema dominante.
Se o CDS e o PSD não adiantaram temas, o PCP, o PEV, o PAN e o PS, avançaram que pretendem confrontar António Costa com questões relacionadas com a crise pandémica em vários domínios.
Os comunistas anunciaram que Jerónimo de Sousa, secretário-geral do partido, vai colocar questões sobre direitos dos trabalhadores e a saúde, enquanto o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) centrará a sua intervenção nas medidas de combate à covid-19 em Portugal.
O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) informou a agência Lusa que os temas escolhidos serão a crise sanitária, os transportes e a banca.
Genericamente, a bancada socialista vai abordar temas do estado social e economia. O BE fará perguntas sobre o processo de desconfinamento nos seus âmbitos social, económico e de saúde.
Nos últimos dias, os partidos da oposição, em especial à direita, têm vindo criticar os atrasos e a burocracia em torno de uma das medidas anunciadas pelo Governo para combater os efeitos económicos e sociais da pandemia, o lay off, a dispensa temporária de trabalhadores de uma empresa, com redução de vencimento, mas mantendo o contrato de trabalho.
À esquerda, a insistência tem passado pelo reforço das medidas de apoio social e, como têm feito PCP e Bloco, na proposta de proibir a distribuição de dividendos, em 2020 e 2021, pela banca, grandes empresas e grupos económicos, que hoje será votada no parlamento.
Portugal entrou domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março. Desde março, morreram mais de mil pessoas, dos mais de 26 mil confirmadas como infetadas, segundo a Direção-Geral da Saúde.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 257 mil mortos e infetou quase 3,7 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
// Lusa