António Lobo Xavier ameaçou deixar o partido se o CDS-PP não apoiar a candidatura presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa, criticando a hesitação da atual direção.
Se o CDS-PP não apoiar a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, não resta outra opção a António Lobo Xavier que não deixar o partido. A posição do ex-deputado e conselheiro de Estado do atual Presidente foi transmitida no habitual espaço de comentário na TVI24.
“Se o CDS não apoiar Marcelo não vejo como possa continuar no CDS. Obrigar-me-ia a sair”, disse. “O que tinha lógica era o CDS ser o partido que mais rapidamente apoiava a figura da democracia liberal, à direita obviamente do PS, europeísta, a figura única capaz de unir essa direita democrática, não existe outra. Qualquer hesitação nesse domínio, por muita simpatia que eu tenha pelos dirigentes do CDS, parece-me um erro político.”
“O CDS, para se defender e para mostrar qual é o seu lado e não ser erodido lentamente pelos autoritários da direita caudilhistas que estão com Ventura, devia ser o partido que mais rapidamente apoiava Marcelo”, acrescentou Lobo Xavier, citado pelo Expresso.
Francisco Rodrigues dos Santos, atual líder centrista, tem mantido o tabu sobre o apoio à candidatura presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa. Em maio, numa entrevista ao Expresso, apontou duras críticas ao chefe de Estado, mas deixou tudo em aberto em relação à posição que o CDS irá tomar no futuro.
Queixando-se da falta de apoio da direção do partido, Adolfo Mesquita Nunes já saiu pelo próprio pé e, desde esse momento, não se ouviu nem mais uma palavra sobre o tema.
Lobo Xavier não compreende a hesitação da direção. “Se o CDS não apoiar Marcelo Rebelo de Sousa, eu não vejo como possa continuar no CDS. Não apoiar Marcelo é para mim uma impossibilidade e portanto um partido a que eu pertenço, se tivesse outra opção, ainda que fosse simbólica ou até porventura ridícula, obrigar-me-ia a sair”, garantiu.