“Catástrofe iminente” no Médio Oriente

EPA

umo emana do local de um ataque aéreo israelita que visou uma zona do sul do Líbano, visto de Marjaayoun, no sul do Líbano.

“Não existe solução militar que torne mais segura qualquer das partes”, diz ONU. Guterres acredita que nenhuma das partes quer um cessar-fogo.

A coordenadora especial das Nações Unidas para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, alertou hoje que o Médio Oriente está “à beira de uma catástrofe iminente” com a recente escalada de violência entre Israel e o movimento islâmico Hezbollah.

“Com a região à beira de uma catástrofe iminente, nunca é demais sublinhar: Não existe solução militar que torne mais segura qualquer das partes”, disse a responsável na conta oficial X da missão das Nações Unidas no Líbano.

Hennis-Plasschaert manifestou preocupação depois de Israel ter realizado na sexta-feira bombardeamentos nos subúrbios a sul de Beirute, fazendo pelo menos 45 mortos, incluindo mais de uma dúzia de altos funcionários do Hezbollah.

Este bombardeamento israelita aconteceu depois de, em meados da semana passada, duas vagas de explosões simultâneas em milhares de aparelhos de comunicação de membros do Hezbollah terem feito 37 mortos e ferido quase 3.000 em diferentes partes do Líbano.

António Guterres, afirma que nenhum dos lados da guerra de Israel em Gaza está interessado num cessar-fogo.

“Para mim, é evidente que ambas as partes não estão interessadas num cessar-fogo. E isso é uma tragédia, porque esta é uma guerra que tem de acabar”, disse o Secretário-Geral das Nações Unidas à CNN.

A comunidade internacional – Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido – já se mostrou-se preocupada com a escalada de tensão no Líbano, após os recentes ataques, e pediu um cessar-fogo urgente.

A União Europeia está “extremamente preocupada” com a escalada do conflito entre Israel e o grupo libanês Hezbollah e apela a um cessar-fogo “urgente”, afirmou também o chefe da política externa da UE, Josep Borrell, citado pela Al Jazeera, agência que viu recentemente as suas instalações serem invadidas pelas forças de Israel, que fecharam a redação numa rusga com “armas de fogo, pistolas e espingardas”.

Também os Estados Unidos revelaram hoje preocupação com a situação, lembrando que ainda há espaço para uma solução diplomática.

“Pensamos que uma escalada deste conflito militar não é do interesse de Israel”, disse o porta-voz da Casa Branca John Kirby, reforçando que se mantêm intactas “as possibilidades de uma solução diplomática”, para as quais prometem empenhar-se.

Por sua vez, o chefe da diplomacia britânica, David Lammy, apelou hoje a “um cessar-fogo imediato” entre Israel e o Hezbollah.

“Nos últimos dias temos assistido a uma escalada preocupante entre Israel e o Hezbollah libanês”, disse Lamy, durante o congresso do Partido Trabalhista, que decorre em Liverpool.

“A nossa mensagem para todas as partes é clara: precisamos de um cessar-fogo imediato (…) para alcançar uma solução política”, acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico.

“Israel não quer que o mundo veja os crimes que estão a ser cometidos contra o povo palestiniano”, escreve o jornal este domingo.

A noite de sábado para domingo ficou marcada por uma noite intensa de tiroteios transfronteiriços entre o Hezbollah libanês e o exército israelita. O grupo xiita lançou 150 foguetes contra Israel, que continua a atacar o Líbano.

ZAP // Lusa

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