Vítor Catão, diretor desportivo do S. Pedro da Cova, afirmou que o Benfica, através do seu presidente Luís Filipe Vieira, lhe deu 200 mil euros para colocar uma “lapa” no carro de Pinto da Costa, corromper árbitros e jogadores e para “dar uma coça” ao diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques.
Falando à CMTV nesta segunda-feira, Vítor Catão disse ter estado com Luís Filipe Vieira no Seixal, e enumerou os alegados pedidos que o presidente dos encarnados lhe terá feito.
“Fui ao escritório novo do Vieira, no Seixal, e falei com ele. Tenho o vídeo em que estou com ele. Vieira pediu-me três coisas: primeiro, para pôr uma lapa no carro de Pinto da Costa (não sei o que é), e tenho testemunhas, e depois pediu para arranjar alguém para dar uma grande coça ao Francisco J. Marques, para o meter em coma”, começou por dizer.
De acordo com o diretor do S. Pedro da Cova, essa quantia serviria também para “negociar árbitros e jogadores para o Benfica ganhar”. Contactado pelo Jornal de Notícias, fonte oficial do clube da Luz não comentou as acusações de Catão.
Vitor Catão falou ainda sobre o caso de Rui Pinto, revelando que estão em Portugal vários “russos” para matar o pirata informático português.
“No nosso país mandam três advogados, em Lisboa, e não o Primeiro-Ministro. Estão cá em Portugal três ou quatro russos para matar o Rui Pinto. E não é por causa do FC Porto, do Benfica ou Sporting. Isto é porque ele entrou no site desses advogados e descobriu duas coisas que, se vêm à baila, Portugal morre”, afirmou.
Há algumas semanas, ainda antes de ser extraditado para Portugal, o “John” do Football Leaks disse não querer ser extraditado por motivos de segurança. “As autoridades portuguesas nunca me tentaram contactar. Sabem a minha morada em Portugal, o meu número de telemóvel, mas nunca me enviaram uma carta. Peço à juíza que não me envie para Portugal. É uma questão de vida ou de morte“, apelou na altura.
Boaventura diz que foi ameaçado com uma arma
À mesma hora, o empresário de futebol César Boaventura falava na TVI24, contando como foi abordado no seu carro por Vítor Catão. A troca de palavras entre ambos foi transmitida em direto no Facebook de Vítor Catão.
Boaventura alega que foi ameaçado com um arma pelo diretor desportivo do S. Pedro da Cova. “Toda a gente sabe que existe coação no futebol. Hoje fui coagido por uma pessoa chamada Vítor Catão, que há cerca de dois, três meses, insistiu com um amigo meu para falar comigo e, face à insistência, concordei”, contou, citado pelo Record.
“Ele foi jantar comigo a um restaurante, o Marinheiro na Póvoa de Varzim. Pediu-me um favor. Disse-me: ‘Eu quero tirar a queixa ao presidente do Benfica, fazer as pazes com ele, porque eu gosto do homem’. Eu vi uma pessoa tão pura, não o conhecia, que lhe disse que o máximo que podia fazer era falar com ele. E assim foi, falei com o presidente do Benfica e disse-me que não. Eu insisti e Vieira depois disse-me para Catão ir ter com ele. Falaram de tudo, o Catão falou mal de tudo, até do FC Porto. O tempo passou.. ele tirou a queixa. Reencontraram-se no Seixal”.
De acordo com Boaventura, “um mês depois, o Vítor voltou a telefonar-me a dizer que queria falar com Vieira, que tinha coisas urgentes para dizer. Adiei.. ‘sei coisas gravíssimas’. Fui a São Pedro da Cova, de boa fé, disse-me que tinha umas coisas para entregar ao presidente do Benfica. Disse que tinha de ser ele. Ele entra no carro, sai com uma camisola, outro indivíduo saca de uma arma e disse-me ou ‘vais dizer tudo o que eu disser aqui ou mato-te’. A arma está por baixo da camisola vermelha”, afirmou.
“A PJ vai dar conta do recado. Ele queria que dissesse coisas que não eram verdade. De repente dá-me um estalo. O problema de Catão era o Luís Filipe Vieira. Com quem é que Catão esteve a almoçar há uns dias? Francisco J. Marques”, garantiu Boaventura na TVI.