O “popular e burro” Castillo quer uma reunião urgente na prisão onde está detido

Stringer / EPA

O Presidente do Peru, Pedro Castillo

O ex-presidente do Peru, de quem a elite de Lima sempre se afastou, sente-se privado dos seus direitos humanos.

Pedro Castillo, que era presidente do Peru até há poucos dias, foi detido há duas semanas.

Foi acusado de rebelião e conspiração, após ter tentado dissolver o congresso e governar por decreto. Um movimento visto como tentativa de golpe de Estado.

Na semana passada o tribunal prolongou a sua prisão preventiva por 18 meses, alegando risco de fuga. Se for julgado e considerado culpado, o ex-presidente arrisca até 10 anos de prisão.

Castillo acha que está a ser mal tratado na prisão, sente-se privado dos seus direitos humanos e, por isso, pediu uma reunião “urgente” à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Aproveitando a presença da comissão no Peru, o ex-líder do país demonstrou através do seu advogado a sua “preocupação” pelo que aconteceu: “Solicito que se realize com urgência esta reunião tão importante entre a comissão e a minha equipa legal”. A comissão já tem prevista uma visita a Castillo.

O Peru atravessa uma crise política (para já, a vice-presidente, Dina Boluarte assumiu a liderança do Executivo) e social (manifestações violentas nas ruas, protagonizadas sobretudo por camponeses e pobres, apoiantes de Castillo). 26 pessoas já morreram, pelo menos.

Andrés Malamud, investigador e especialista em assuntos relacionados com a América do Sul, já tinha deixado o perfil do anterior presidente.

“É um professor de zona rural, periférica. É conservador: anti-gay, anti-feminista, anti-aborto; mas supostamente é ideologicamente muito de esquerda, muito marxista” – e, por isso, as elites da capital Lima sempre se afastaram do político.

“É um político com intelectualidade muito baixa. A elite de Lima desprezava-no porque ele era popular, mas também porque era burro”, completou.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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