“A vida é muito curta”, diz David Moot, de 59 anos, que gastou 360 mil euros a comprar a casa dos seus sonhos, mesmo em frente ao mar, apesar dos avisos de que pode “cair ao oceano” dentro de uma década.
David Moot, um pintor e designer de interiores de Massachusetts, nos EUA, comprou uma casa com três quartos mesmo em frente ao Oceano Atlântico no famoso Cabo Cod.
Só que esta casa de sonho está em cima de um penhasco em erosão que está em perigo iminente de ruir devido às alterações climáticas e à subida do nível do mar.
Apesar disso, David pagou 395 mil dólares (cerca de 360 mil euros), ignorando os avisos.
Casa de sonho com “67%” de desconto no preço
O valor é elevado, mas, na verdade, a casa foi uma pechincha porque o preço inicial era de mais de um milhão de dólares, como adianta a agência de notícias financeiras Bloomberg.
Assim, a compra foi feita por um número “67%” abaixo do valor de mercado, nota ainda a Bloomberg, frisando que muitas outras casas estão a ser vendidas com descontos naquela área, devido aos alertas quanto à subida do nível do mar e à erosão da costa.
A agência de notícias dá o exemplo de uma casa em Nantucket, uma ilha insultar que costuma ser um retiro para os mais ricos, que foi vendida por “apenas 200 mil dólares, cerca de um décimo do seu valor” de mercado.
Com o aquecimento dos oceanos, tempestades cada vez mais fortes e a subida do nível do mar, “mais de 106 mil milhões de dólares em propriedades costeiras dos EUA poderão ser consumidos pelo oceano em menos de 30 anos, de acordo com dados da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional”, sublinha a Bloomberg.
“Vai, eventualmente, cair no oceano”
A zona de Cabo Cod está entre as mais vulneráveis da costa leste dos EUA a estes efeitos da crise climática, mas David diz que “a vida é muito curta”. “Vamos ver o que acontece”, salienta citado pela Bloomberg.
“Vai, eventualmente, cair no oceano, e pode, ou não, acontecer durante a minha vida“, constata ainda.
Como David, outros proprietários continuam a investir em casas nas zonas costeiras que estão em risco devido às alterações climáticas.
“É também um problema de percepção, em termos de compreensão das pessoas sobre este problema da erosão”, sublinha o professor Stephen Leatherman, director do laboratório de pesquisa costeira da Universidade Internacional da Flórida, em declarações citadas pelo The Guardian.
“Esta casa pode parecer boa agora” porque “a praia é larga”, mas “espere até a praia se estreitar e as ondas atingirem a beira desse penhasco mesmo por baixo da casa”, alerta Leatherman.
“Daqui a 50-100 anos haverá comunidades submersas”
O geólogo Brian Yellen também alerta para o problema das falésias costeiras onde se encontram muitas casas da zona.
“As costas em locais que costumavam ser glaciares, como o leste dos EUA e o Canadá, bem como grande parte do norte da Europa, têm longas extensões de falésias costeiras compostas por solos glaciares, em oposição a falésias rochosas”, diz Yellen citado pelo The Guardian.
Mas se estas falésias são “menos susceptíveis a inundações e cheias costeiras, uma vez que tendem a ser altas”, são também “particularmente susceptíveis ao recuo da costa, colocando em perigo as estruturas construídas na orla das falésias”, avisa o geólogo.
“A conclusão é que, daqui a entre 50 e 100 anos, haverá comunidades que estarão submersas“, sublinha o professor de Oceanografia Dylan McNamara da Universidade da Carolina do Norte em declarações à Bloomberg.
“É apenas uma questão de tempo até que os valores das propriedades caiam“, alerta também, sublinhando que só há dúvidas quanto à “forma” como as casas vão cair, ou com a “queda abrupta de um penhasco”, ou com “um desenrolar mais suave”.
Foi bem esperto, ele sabe que as alterações climáticas são argumentos da esquerda. A casa ainda vai estar ali quando ele falecer. Lembram-se do Al Gore e das suas profecias?? Pois é, ele tb comprou uma casa à beira mal!
Mr Carlos, é mais um terraplanista que pensa que as alterações climáticas não se anteciparam às previsões.e que é tudo uma farsa para negócios ?
Diga isso aos a quem está a sofrer com as cheias na Europa e a todas as situações no mundo que aconteceram até agora.
Os cientistas diziam na altura do buraco no ozono uma previsão de longo termo mas na realidade falhou e estamos mais perto das calamidades do que parece. O dono da casa até pode morrer amanhã e a casa está
lá e até pode estar a viver nela daquipor 25 anos quem sabe mas o destibno dela já está traçado amigo e não dele mas sim de cerca de 158 000 portugueses que
tem as suas casas em risco futuro.