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Casa Branca manipulou vídeo da discussão de Trump com jornalista da CNN

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Erik S. Lesser / EPA

Segundo a imprensa norte-americana, a Casa Branca manipulou e divulgou um vídeo adulterado para exagerar a agressividade do jornalista da CNN, Jim Acosta.

Jornais como o The Washington Post e o The New York Times, entre outros, contactaram especialistas em edição de vídeo que acreditam que aquele documento visual foi modificado para mostrar que o jornalista da CNN, Jim Acosta, tinha batido numa estagiária do Departamento de Comunicação da Casa Branca durante a sua discussão acesa com Donald Trump.

São vários os especialistas em imagem digital que asseguram que houve um aceleramento do movimento em que Jim Acosta toca no braço da funcionária da Casa Branca e, por sua vez, um abrandamento do momento em que o jornalista da CNN recua, ampliando assim o efeito de agressividade.

Além disso, o áudio do vídeo em causa foi transformado para retirar a expressão “Pardon me, ma’am” (“perdoe-me minha senhora”) que Acosta dirigiu à estagiária antes de prosseguir com as perguntas ao Presidente norte-americano.

O jornal americano The Washington Post avança que o vídeo terá sido alterado por um colaborador do Infowars, um site de difusão de fake news associado à extrema-direita. Foram várias as organizações que condenaram este vídeo manipulado, nomeadamente o Post que lhe chamou “propaganda visual rara em regimes democráticos”.

Segundo o Diário de Notícias, Donald Trump afirmou esta quinta-feira que não houve manipulação, garantindo que o vídeo foi apenas ampliado.

A acesa discussão entre o jornalista da CNN, Jim Acosta, e o Presidente dos EUA, Donald Trump, terminou na passada quarta-feira, mas ainda dá que falar. Foi, aliás, nesse mesmo dia que o Executivo decidiu retirar ao repórter a sua acreditação junto da representação presidencial, desencadeando uma onda de polémica que dura até hoje.

ZAP //

3 Comments

  1. As ditaduras costumam a surgir de pequenas atitudes, até se propagar e não se sabe até onde pode ir. Ou seja pode acabar em extremismos, sejam eles de direita ou de esquerda.
    Profundamente lamentável a atitude de um Presidente como é EUA, que em nada abona para uma democracia plena, do exemplo as terras do Tio Sam.

  2. Pois, se de facto a casa branca manipulou o video, como parece ter acontecido, não é um sinal nada bom.
    Ainda para mais vindo de alguém que parecia estar a marimbar-se para as aparências e que não se preocupava em criar uma imagem (muitas vezes hipócrita) de santo.
    Acho lamentável o ataque sem descanso a Trump, e de certo modo até uma falta de respeito pela liberdade democrática dos que o elegeram, no entanto, a confirmar-se a manipulação, é caso para dizer: não havia necessidade!

    • Os ataques a Trump não representam ataques à democracia porque não atacam a legitimidade da sua eleição, mas sim o seu comportamento pós-eleição e pré-eleição. Além disso não há nada de anti-democrático em criticar um Presidente, antes pelo contrário. Finalmente, se se provar que até as eleições foram manipuladas (repito: SE se provar), então não há nada de anti-democrático em invalidá-las… Antes pelo contrário, uma vez mais. Também já falta pouco para correr com esse animal. Sim porque o homem comporta-se como uma besta quadrada sem nível nenhum, e isso também não é anti-democrático constatar.

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