Troca de cartas entre o “responsável” Pedro Nuno e o “arrogante” Montenegro

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José Sena Goulão/Lusa

Líder do PS, Pedro Nuno Santos e líder do PSD, Luis Montenegro momentos antes do arranque do debate

PS está disponível em trabalhar em conjunto com o Governo. Mas a resposta do primeiro-ministro não agradou a Pedro Nuno Santos.

É uma aparente aproximação entre PS e Governo. Novamente iniciada por Pedro Nuno Santos e novos “diálogos” à distância e através da comunicação social.

O secretário-geral do PS escreveu uma carta ao primeiro-ministro Luís Montenegro, nesta segunda-feira.

No documento, reforça que o PS está interessado em “trabalhar em conjunto” com o Governo para construir um acordo que permita encontrar soluções, “se necessário em sede de orçamento retificativo”.

Tal como já tinha dito no Palácio de Belém, o foco é a valorização das carreiras e dos salários dos trabalhadores da função pública, em especial de todos os profissionais de saúde, das forças de segurança, dos oficiais de justiça e dos professores.

O PS está disponível para apoiar a recuperação da totalidade do tempo de serviço dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário, “bem como uma revisão da carreira docente que permita reduzir o hiato entre os índices remuneratórios do início e do fim da carreira, de forma a torná-la mais atrativa”.

Com o requisito de haver antes uma negociação com os sindicatos e organizações, Pedro Nuno escreve que acredita que é possível chegar a esse acordo ao longo dos próximos dois meses. Ou seja, antes das férias em Julho.

Luís Montenegro aceita marcar uma reunião com Pedro Nuno Santos, depois das tais reuniões com as organizações dos trabalhadores. Reuniões que vão acontecer “no tempo e no modo” que o novo Governo definir.

O primeiro-ministro elogiou a “responsabilidade política e o compromisso” do líder do PS mas deixou uma indirecta aos socialistas, recordando os três Governos de António Costa e as suas relações com os funcionários públicos.

“Como sabe, até pela experiência infrutífera nesse domínio dos últimos governos, tais negociações revestem-se de elevada complexidade. Ainda assim, o Governo está fortemente empenhado em superar todas as dificuldades com a máxima rapidez”, reage Montenegro.

Pedro Nuno Santos não gostou da resposta de Luís Montenegro.

Já à noite, na TVI, o deputado disse que a reacção do primeiro-ministro foi “arrogante” e aponta: “Quase remete o PS para uma mera função de, no final do processo, firmar um acordo”.

“Este Governo não tem uma maioria que lhe permita ter essa atitude na relação com o PS”, avisou, enquanto pediu “humildade” ao novo Executivo.

Pedro Nuno considera que estas questões da função pública devem ser resolvidas , de forma autónoma, porque seria um “erro” esperar pelo Orçamento do Estado.

“Há um Governo que quer governar e estamos disponíveis, na oposição, para resolver os problemas que queremos resolver”, comentou o secretário-geral do PS.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

3 Comments

  1. Deixem-nos entenderem-se aos dois ou aos três, Luís Montenegro, Pedro Nuno, ou até mesmo André Ventura. Afinal Quem manda em Portugal é a UE, o dinheiro da bazuca., potênciar Portugal como todos os outros Países, a organizarem-se e adotarem medidas de segurança contra a invasão. Seria por, noutro tempo terem liberalizado os mercados? Ou será a ambição. Estamos a colher do que plantamos.

  2. PNS – responsável?!?! . É só para ir. Enquanto governante não só foi irresponsável como foi bastante arrogante, aliás, como todos do PS, incluindo o ex-PAR.

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